Isaura Daniel
São Paulo – O Brasil deverá produzir cerca de um milhão de toneladas a mais de cimento neste ano. No ano passado, as indústrias do setor fabricaram 34,4 milhões de toneladas do produto, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento. O secretário-executivo do Sindicato, José Otávio Carneiro de Carvalho, acredita que a produção vai crescer ao redor de 3% em 2005, o que significa um total de 35,4 milhões de toneladas.
"Deve haver um crescimento pequeno do consumo neste ano", afirma Carvalho. As indústrias brasileiras trabalham com capacidade ociosa e o crescimento da produção normalmente acompanha a demanda. As exportações do setor, porém, ainda são muito pequenas. No ano passado, as indústrias exportaram 500 mil toneladas da mercadoria. Até o mês de abril deste ano foram embarcadas 180 mil toneladas para o exterior. A produção alcançou 11,1 milhões de toneladas no período.
"O mercado mundial de cimento é muito estreito", explica o secretário-executivo do Sindicato. A relação entre o peso e o preço do produto acaba tornando pouco viável a exportações do cimento, principalmente para regiões distantes. Isso faz com que as vendas externas aconteçam apenas para países próximos ou em caso de muita demanda por parte da nação compradora. O cimento também é um produto perecível.
De acordo com Carvalho, as exportações do produto representam ao redor de 7% da produção mundial. Os Estados Unidos são atualmente os grandes importadores de cimento. As exportações brasileiras são, em sua maioria, para os norte-americanos, além do Paraguai, Bolívia e Uruguai. No ano passado, as indústrias nacionais também exportaram para a África. O Brasil faz parte da lista dos dez maiores produtores de cimento do mundo e é o maior produtor na América Latina.
Para estar mais próximas dos seus mercados no exterior, algumas companhias brasileiras mantêm operações fora do Brasil. É o caso da Votorantim Cimentos que possui unidades no Canadá e Estados Unidos. O grupo Camargo Corrêa, também comprou, no início deste ano, a Loma Negra, gigante do setor na Argentina. Três das empresas que atuam no Brasil já são, na verdade, extensões de companhias estrangeiras. A Lafarge é originalmente francesa, a Holcim suíça e a Cimpor é portuguesa.
O setor de cimentos do Brasil é composto basicamente por dez grandes grupos: Votorantim, João Santos, Cimpor, Holcim, Camargo Corrêa, Lafarge, CP Cimento, Ciplan, Soeicom e Itambé. A Votorantim lidera a produção com 13 milhões de toneladas produzidas em 2004 ou 38% da fabricação nacional. Em seguida estão a João Santos, do Nordeste, com 4,4 milhões de toneladas, e a Cimpor, com 3,5 milhões de toneladas. A Camargo Corrêa produziu 2,9 milhões de toneladas no ano passado, a Lafarge 2,2 milhões, a CP Cimento 1,7 milhão, a Ciplan 1,1 milhão, a Soeicom 929 mil toneladas e a Itambé 860 mil toneladas.
A região brasileira que concentra maior parte da produção é o Sudeste. A região respondeu por 50% da produção nacional entre janeiro e abril. O Nordeste, porém, responde pela maior parte das exportações. Das 180 mil toneladas vendidas no exterior até o quarto mês do ano, 137 mil vieram da Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
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