Alexandre Rocha, enviado especial
Rio de Janeiro – Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Venezuela, Hugo Chávez, assinaram hoje (18), durante a Cúpula do Mercosul, uma declaração sobre a primeira fase de construção do Grande Gasoduto do Sul. De acordo com o documento, o primeiro trecho vai de Güiria, na Venezuela, até o Porto de Suape no Recife. A idéia é que em outras fases ele venha atender também a Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai, além de outros países da região que queiram aderir ao projeto.
Segundo a declaração, os dois governos decidiram acelerar os estudos de viabilidade técnica, ambiental e econômica do projeto. Até o final de 2007 deverá estar pronta “a visualização e a engenharia conceitual” do projeto. De acordo com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o gasoduto será abastecido por metade da produção do campo venezuelano de Mariscal Sucre, o que significa 17 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
Ontem também os presidentes da Petrobras e da PDVSA, petrolífera estatal da Venezuela, Rafael Ramirez, assinaram uma carta de intenções que envolve, entre outros, os seguintes projetos em estudo: o desenvolvimento de cinco campos de petróleo na Venezuela, com participação de 40% da Petrobras e 60% da Venezuela; e a criação de uma planta na Venezuela para melhoramento do petróleo extra pesado extraído da Faixa do Orinoco.
A carta prevê também a criação de uma empresa de capital misto para desenvolver o campo de petróleo extra pesado de Carabobo-1, também na Venezuela, controlado pela PDVSA, sendo que a Petrobras será a controladora da refinaria a ser construída conjuntamente em Pernambuco; e a continuação dos estudos de viabilidade do complexo gasífero de Mariscal Sucre, que tem ligação direta com o projeto do Gasoduto do Sul. Segundo a Petrobras, quando estiver em plena capacidade, o complexo deverá produzir 50 milhões de metros cúbicos por dia.