São Paulo – As montadoras brasileiras ampliaram as exportações de automóveis para os países árabes no primeiro semestre de 2017. Um levantamento da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, com base nos dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), mostra que as vendas de automóveis de passageiros, o principal item da indústria automobilística exportado para a região, cresceram 77,4% no período, alcançando US$ 98,2 milhões.
Do mesmo modo cresceram as vendas de chassis com motor, o segundo produto da pauta do setor para os árabes no primeiro semestre. A alta foi de 10,1%, para US$ 8,12 milhões.
A Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não divulga o número de unidades montadas exportadas por país, mas seu presidente, Antonio Megale, destacou que a região é um dos alvos das empresas brasileiras, o que ajuda a explicar a ampliação dos embarques de automóveis para os árabes.
“No passado exportamos muito para o Oriente Médio e agora as atenções estão novamente voltadas à região, dentro de um contexto da visão da indústria de tornar o Brasil um mercado mais exportador”, explicou o executivo.
No geral, porém, somando todos os produtos exportados para os árabes pelas empresas associadas à Anfavea – que representa também o setor de máquinas agrícolas –, houve recuo de 4,4% na receita com os embarques, caindo de US$ 133 milhões nos primeiros seis meses do ano passado para US$ 127,1 milhões em igual período deste ano. Destaque para o declínio nas vendas de carregadoras e pás-carregadoras, que foi o terceiro item mais exportado no primeiro semestre de 2016 e, este ano, rendeu apenas US$ 737 mil, uma queda de 95%.
Segundo Megale, os países da América Latina, especialmente Argentina e México, são os principais clientes dos produtos brasileiros. “Destaco o crescimento de Chile, Uruguai e Peru nesse primeiro semestre”, disse. O presidente citou também a Rússia, que tem feito mais encomendas, especialmente no segmento de caminhões. “Todas as montadoras estão olhando para além da América Latina”, disse.
Projeções revisadas
No total, os embarques da indústria automobilística – somando veículos e máquinas agrícolas – somaram US$ 7,4 bilhões no primeiro semestre do ano, resultado 53% superior ao de igual período do ano passado. Foi o terceiro melhor resultado da história, superado apenas pelos primeiros seis meses de 2011 e de 2013, segundo Megale.
Em volume, porém, as exportações de veículos foram recorde: 372,6 mil unidades embarcadas, um avanço de 57,2% sobre os 236,9 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus enviados para outros mercados de janeiro a junho do ano passado. As de máquinas agrícolas também cresceram em unidades: de 4,5 mil para 5,7 mil, alta de 28,5%.
O fechamento do semestre das exportações fez com que a Anfavea revisasse suas projeções para o ano. Agora, a associação projeta fechar 2017 com 705 mil veículos exportados, um crescimento de 35,6% sobre o resultado de 2016 – a projeção anterior era de alta de 7,2%, para 558 mil unidades. Em valores, a expectativa é fechar o ano com US$ 13,9 bilhões, alta de 30,7% sobre o faturamento com exportações do ano passado. “A nova previsão reflete o bom momento das exportações”, concluiu Megale.
O mercado interno fechou o semestre com avanço de 3,7% nas vendas de veículos, com 1,019 milhão de unidades comercializadas. A produção no período cresceu 23,3%, com 1,263 milhão de veículos saindo das linhas de montagem de janeiro a junho.