Isaura Daniel
São Paulo – Os países árabes faturaram 32,6% a mais com exportações para o Brasil no primeiro mês do ano em relação ao mesmo período do ano passado. As importações que o Brasil fez em janeiro da região resultaram em uma receita de US$ 376,8 milhões. "Isso é salutar. Mostra que nossa preocupação não é apenas vender, mas fortalecer o comércio", diz o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antonio Sarkis Jr.
De acordo com o secretário-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, os principais produtos que o Brasil importa dos árabes são petróleo, naftas e fosfato, mas na pauta também estão produtos como alimentos, têxteis, algodão e produtos químicos. De fato, fornecedores de petróleo, como Argélia e Arábia Saudita, figuram no topo da lista de fornecedores do Brasil entre os árabes. Os argelinos tiveram faturamento de US$ 222 milhões com vendas ao país em janeiro e os sauditas de US$ 122 milhões.
Outros países, porém, como Jordânia, Omã, Emirados, Iêmen e Líbano, também vêm aumentado suas exportações. Essas são, por ordem, as nações cujas vendas para o Brasil mais cresceram, em percentuais em janeiro. "O Brasil está dando mais importância aos árabes na importação", diz Sarkis.
Os Emirados passaram de vendas de US$ 147 mil no primeiro mês de 2005 para US$ 929 mil. Ainda não há dados sobre quais produtos foram vendidos em janeiro, mas no ano passado, apesar de as naftas para petroquímica e o óleo diesel terem sido os principais itens da pauta, também produtos como uvas secas e os couros bovinos estiveram entre as dez mercadorias mais comercializadas pelos Emirados.
A Jordânia saiu de vendas de US$ 490 para US$ 602 mil e o Líbano de US$ 105 mil para US$ 247 mil. No ano passado, a Jordânia forneceu ao Brasil produtos como adubos, resíduos de alumínio, medicamentos e roupas. Do Líbano vieram superfosfato, frutas, mármores e doces. Omã e o Iêmen tiveram vendas inferiores a US$ 50 mil.
Também aumentou o número de fornecedores árabes ao Brasil. Enquanto que em janeiro do ano passado, 11 países árabes venderam ao Brasil, no mesmo mês deste ano foram 14. Além dos países citados acima, também chegaram no Brasil produtos do Egito, Ilhas Comores, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Síria e Tunísia.
Exportações
Já as exportações feitas pelo Brasil para o mundo árabe avançaram 22,3% em janeiro e alcançaram US$ 388,8 milhões. Embora o percentual de crescimento das importações tenha sido maior do que o das exportações, as vendas brasileiras aos árabes foram US$ 12 milhões superiores às compras de produtos da região. Ou seja, a balança comercial foi superavitária para o Brasil. O percentual de crescimento é considerado satisfatório pela Câmara Árabe.
"Começamos bem o ano. A meta, mesmo sendo ousada, foi superada", diz o presidente da entidade. A previsão da Câmara Árabe é de alta de 20% para as exportações do Brasil ao mercado árabe em 2006. De acordo com Sarkis, alguns países têm apresentado taxas crescentes e contínuas no comércio com o Brasil, o que significa que as empresas nacionais estão conquistando participação efetiva no mercado árabe e não fazendo apenas vendas eventuais.
Segundo Alaby, Brasil vende um volume expressivo de commodities e minério para os países árabes e estes produtos estão com os preços em alta. Isso influenciou no aumento das vendas. Os maiores compradores de produtos brasileiros entre os árabes, no mês de janeiro, foram Arábia Saudita, com US$ 82 milhões, seguida do Egito, com US$ 74 milhões, dos Emirados, com US$ 73 milhões, do Marrocos, com US$ 44 milhões, e do Líbano, com US$ 13 milhões.
Em percentuais, as nações que mais aumentaram as compras foram o Iraque, o Djibuti, o Sudão, o Catar, e o Líbano, por ordem. O Iraque importou US$ 8,6 milhões, o Djibuti US$ 677 mil, o Sudão US$ 2,7 milhões, o Catar US$ 12,2 milhões e o Líbano US$ 13,5 milhões.