Rio de Janeiro – A migração em grande escala de pessoas de países pobres para os mais ricos será uma característica permanente da economia nas próximas décadas, segundo relatório divulgado este mês pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial. Segundo o diretor executivo do FMI no Brasil, Otaviano Canuto, o País pode aproveitar essa tendência para o próprio desenvolvimento.
De acordo com Canuto, o Brasil está perdendo a oportunidade criada por seu período de bônus demográfico – quando a maior parte da população está em idade economicamente ativa (15 a 64 anos) – para desenvolver o País. Isso porque, segundo ele, o Brasil não aumentou produtividade ou poupança nem fez ajustes no sistema previdenciário.
O Relatório de Monitoramento Global 2014-2015 do FMI e do Banco Mundial classifica o Brasil de país que já está na fase tardia de dividendo demográfico – perdeu a primeira fase do bônus demográfico, mas ainda pode aproveitar os próximos anos. “Daqui a alguns anos, o Brasil vai começar a enfrentar a escassez de mão de obra em algumas áreas e, para isso, a migração pode ser muito interessante”, disse Canuto, durante seminário nesta sexta-feira (16) na Fundação Getulio Vargas (FGV).