São Paulo – O Brasil passará a ter adidos agrícolas em nove países árabes neste ano. A expectativa é que eles sejam designados em agosto, de acordo com informações fornecidas à ANBA pela coordenadora-geral de Atuação dos Adidos Agrícolas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Edilene Cambraia Soares.
Esses profissionais têm como função principal estreitar as relações do setor agropecuário brasileiro com a região onde atuam. Neste momento não há adidos agrícolas brasileiros em países árabes, de acordo com Soares. Mas o Ministério enviará três deles para o mundo árabe.
Um deles ficará na Arábia Saudita, e atuará também nos Emirados Árabes Unidos, Catar, Omã, Bahrein e Kuwait. O outro terá base no Egito, com atuação também na Turquia, que não é árabe, e o terceiro ficará no Marrocos e trabalhará também na Argélia.
De acordo com Soares, os países árabes são parceiros importantes para o Brasil, tanto do ponto de vista econômico como social. “Os países do mundo árabe que no futuro contarão com adidos agrícolas foram escolhidos, principalmente, com base no potencial de comércio para produtos do agronegócio”, afirmou a coordenadora em entrevista à ANBA por e-mail.
Existe um decreto que define as atividades do adido agrícola, entre as quais estão buscar melhores condições de acesso para produtos do agronegócio brasileiro no mercado local ou regional, prospectar novas oportunidades de negócio para produtos do segmento e disseminar informações sobre tendências de comércio na área.
Também são incumbências do adido articular ações de apoio à promoção externa dos produtos do agronegócio, acompanhar as tendências de consumo e exigências de qualidade para o setor, organizar e participar de reuniões ou eventos sobre temas de interesse da pecuária e agricultura, indicar e facilitar contatos com especialistas, importadores e autoridades do país.
Os profissionais que atuarão nos países árabes ainda serão selecionados e designados, em processo interno que está ocorrendo entre os servidores do Mapa, de acordo com Soares. Serão profissionais de nível técnico e a seleção envolverá o Mapa e o Ministério das Relações Exteriores, segundo a coordenadora. Há uma série de exigências para ser qualificado para a função, que não é voltada a diplomatas de carreira.
Em outras regiões do mundo, fora dos países árabes, o Brasil já possui adidos agrícolas. Em maio do ano passado, o governo aumentou de oito para 25 o número destes profissionais nas representações diplomáticas do Brasil no exterior. A ampliação faz parte da estratégia do Ministério de elevar de 7% para 10% a participação do Brasil no comércio agrícola mundial, segundo informações divulgadas pelo Mapa há cerca de dez dias.