São Paulo – O presidente do Conselho Nacional para os Refugiados (Conare), Beto Vasconcelos, afirmou que, na próxima semana, os funcionários de embaixadas e consulados brasileiros irão começar a receber treinamento para emitir de forma mais rápida e segura vistos humanitários para as pessoas afetadas pelo conflito na Síria. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (27) pelo Ministério da Justiça, durante o encerramento da visita de Vasconcelos a países vizinhos da Síria.
Vasconcelos esteve em Beirute, no Líbano, nesta terça-feira, e se reuniu com o embaixador Jorge Kadri. Ele também esteve em Istambul, na Turquia, e em Amã, na Jordânia. Esses são alguns dos países que mais recebem refugiados sírios e é neles que estão as representações consulares do Brasil que mais recebem solicitações de visto humanitário para o Brasil.
O treinamento que será oferecido aos funcionários das representações consulares é parte de um acordo assinado entre o Conare e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) no começo deste mês. Entre as ações previstas pela parceria estão trocas de informações e de técnicas de entrevista, entre outras.
Ao fim da visita ao Oriente Médio, Vasconcelos afirmou que a concessão de vistos humanitários é uma forma de oferecer “alívio” às pessoas que buscam fugir do conflito que afeta a Síria desde 2011. Na Jordânia, ele esteve no campo de refugiados de Zaatari, que abriga cerca de 80 mil pessoas.
“A ação do MJ (Ministério da Justiça) e do MRE (Ministério das Relações Exteriores) mostra o compromisso do País de dar e oferecer alternativas de alívio a essas pessoas que vivem uma situação extremamente delicada, fugindo de situações que colocam em risco imediato suas próprias vidas e as vidas de suas crianças e familiares”, disse Vasconcelos, segundo comunicado do Ministério da Justiça.
O visto humanitário exige menos documentos do solicitante do que o procedimento comum. Permite que ele viaje ao Brasil e que só quando chegar faça o pedido de refúgio. Enquanto a solicitação é analisada pelo Conare, o solicitante pode viver no País, trabalhar e utilizar os serviços públicos de saúde e de educação. De acordo com dados do Ministério da Justiça, o Brasil tem 8,5 mil refugiados. Desse total, 2.097 são sírios.