Dubai – A Gulfood, maior feira de alimentos do Oriente Médio, começa amanhã (21) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, mas a expectativa dos empresários brasileiros já é grande.
Além de realizar contatos para encontrar possíveis distribuidores, há quem espere fechar negócios ainda durante a exposição. É este o caso das empresas produtoras de erva-mate, como relata o gerente de Projetos da Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Erva-Mate (Abimate), Heroldo Secco Júnior.
“Fizemos um trabalho prévio e, desde o Brasil, entramos em contato com inúmeros importadores de chá dos países árabes. A perspectiva é muito grande, acreditamos realmente que a negociações que iniciamos para a feira possam se concretizar durante o evento.”
Secco relata que os árabes compram cerca de US$ 20 milhões em erva-mate anualmente de países como Paraguai e Argentina e diz que, em dois anos, espera que o Brasil seja responsável por US$ 4 milhões destas aquisições. “Não queremos apenas tirar uma fatia destes concorrentes, mas sim ampliar com novos produtos que estamos trazendo aos países árabes, como por exemplo, os refrigerantes à base de erva-mate, erva-mate orgânica, extratos e pós solúveis.”
A fabricante de biscoitos Bauducco, que já exporta para Arábia Saudita, Líbano, Egito, Kuwait, Bahrein, Omã, Marrocos e Síria, entre outros países árabes, espera dobrar sua participação neste mercado. Segundo Hideyuki Kamimura, gerente de Exportação, atualmente, a região é responsável por cerca de 6% das exportações da empresa. Em sua segunda participação na Gulfood, a companhia quer chegar aos 12% de vendas para a região. Em 2009, a feira ajudou a Bauducco a entrar nos mercados de Omã e do Bahrein.
As fabricantes brasileiras de biscoitos voltaram sua atenção ao mercado árabe. Além da Bauducco, a Associação Nacional das Indústrias de Biscoito (Anib) trouxe ainda as empresas Marilan, Selmi e Jôta Macedo. “Queremos entrar e ser parceiros de toda a comunidade árabe”, afirmou o presidente da Anib, José Reis.
A Marilan, por exemplo, já exporta para Líbano, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Egito, Líbia, Bahrein, Omã e Palestina. De acordo com César Reis, gerente de Comércio Exterior, as vendas aos países árabes representam em torno de 15% das exportações da empresa. Com a participação na Gulfood, a expectativa é elevar este número para 25%.
A Cacique, dona da marca Café Pelé, também quer aumentar sua participação no mercado árabe. A companhia busca distribuidores e também empresas interessadas em vender o café brasileiro com sua própria marca, usando o chamado “private label”. Anualmente, a Cacique vende cerca de duas toneladas de café para o mercado árabe, 10% de sua exportação. “Queremos crescer ao menos 5%”, diz Argélia Andrade, gerente de conta para o Oriente Médio.
Gulfood Awards
Este ano, a feira traz uma novidade, o Gulfood Awards, que vai premiar empresas em 20 categorias como “Melhor comida halal”, “Melhor iniciativa ambiental” e “Melhor bebida não-alcoólica”. A premiação é voltada para produtos e iniciativas lançados a partir de março de 2009.
Os vencedores serão anunciados em uma cerimônia especial no dia 22 de fevereiro.
Brasil na feira
A Gulfood vai até o dia 24 de fevereiro. No evento, as empresas brasileiras ocupam espaços que totalizam 504 metros quadrados. São cerca de 50 expositores, entre empresas e associações. A Câmara de Comércio Árabe Brasileira e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) participam do evento em um estande com 12 empresas expositoras.