Ji-Paraná – Cacaulândia é o município e a marca do chocolate bean to bar que está em exposição na feira Rondônia Rural Show, no pavilhão da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec). O produtor de cacau Israel Barbosa Silveira (foto acima) contou à ANBA que há 3 mil hectares de cacau no estado de Rondônia. Em Cacaulândia, são 100 produtores. Apenas dois produzem o chocolate bean to bar.
“O bean to bar é o chocolate que utiliza toda a manteiga do cacau e não adiciona mais nada”, explicou Silveira. Segundo ele, muitas empresas retiram parte da manteiga de cacau para vender para a indústria de cosméticos e adicionam óleos para produzir o chocolate. No bean to bar isso não acontece.
A Associação Bean to Bar Brasil define o bean to bar como aquele chocolate feito a partir da amêndoa integral do cacau até a barra de chocolate, sem segmentação de processos nem aditivos, livre de conservantes artificiais, aromatizantes artificiais, gorduras transgênicas, hidrogenadas e emulsificantes artificiais. A mesma empresa faz o processo desde os grãos de cacau até a barra. A ideia é oferecer um produto mais natural possível ao consumidor.
A marca Cacaulândia tem 250 hectares, sendo que 60% das terras são de reserva natural. “Hoje, temos 1.500 plantas de cacau produtivas”, contou o agricultor. No futuro próximo, ele pretende não ser apenas bean to bar, mas tree to bar.
“A diferença é mais aplicação de valor com relação ao sequestro de carbono da árvore do cacau”, contou. O cacaueiro utiliza carbono para a geração de seus nutrientes, ou seja, sequestra carbono e assim ajuda a compensar a emissão de carbono na natureza.
O tree to bar, um chocolate raro ainda, segue os mesmos preceitos do bean to bar, mas a mesma empresa é responsável por todo o processo produtivo, inclusive o plantio do cacau.
A Cacaulândia vende chocolates de diferentes formatos com 50% e 70% de cacau, bombons com castanha e banana, bombons de cupuaçu e barras com amendoim e castanha do Brasil, além de um licor de cacau. Vende também o nibs de cacau para outras marcas. Silveira conta que foram fornecidas três toneladas para uma empresa em Criciúma, em Santa Catarina, e feitos embarques para Orlando, nos Estados Unidos, e para o Caribe.
Segundo o empreendedor, o valor do produto não está somente na matéria-prima, mas sim na história e no lugar, que no caso, é a Amazônia. A fábrica da Cacaulândia tem apenas três funcionários. Para este ano, Silveira pretende atingir uma produção de 15 toneladas de nibs de cacau para enviar ao Sul do País, para empresas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “Ano passado, produzimos 3 toneladas. Estamos começando agora com a nossa produção própria [dos chocolates], com 200 a 300 quilos por mês”, disse.
A chocolate maker da Cacaulândia é Marli Valério, esposa de Israel Silveira.
A jornalista viajou a convite da Secretaria do Desenvolvimento Econômico de Rondônia (Sedec).
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