São Paulo – A desigualdade de renda entre as pessoas ocupadas diminuiu 7% do quarto trimestre de 2002 ao primeiro trimestre de 2008. A constatação é de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizado nas regiões metropolitanas de Salvador, Recife, Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre.
Segundo o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, a razão da diminuição da diferença deve estar ligada à recuperação do poder de compra do salário mínimo observada nos últimos anos. Pochmann também atribui a redução aos investimentos do setor produtivo ocorridos nos últimos anos, que possibilitaram a contratação de trabalhadores de menor renda.
O levantamento mostra queda no índice Gini, usado internacionalmente para medir a desigualdade social. O índice vai de zero a um. Quanto maior é, mais desigualdade há. Esse índice caiu de 0,540 em 2002 para 0,509 em 2007. “Até o final do mandado do presidente Lula (Luiz Inácio Lula da Silva), o índice Gini deve chegar a 0,49”, diz Pochmann.
O índice Gini melhorou porque a recuperação de renda dos mais pobres, no Brasil, foi quase cinco vezes maior do que a dos mais ricos. Ou seja, os que tiveram maiores aumentos salariais no período, no país, foram os trabalhadores mais pobres.
O presidente do Ipea atribuiu à política de reajuste real do salário mínimo e às políticas de transferência de renda, como o programa Bolsa Família, o fato de os mais pobres terem obtido maiores ganhos de renda que os demais trabalhadores. Já a participação da renda dos trabalhadores no Produto Interno Bruto (PIB) do país está praticamente estável.
*Com informações da Agência Brasil