São Paulo – A Câmara de Comércio Árabe Brasileira criou nesta terça-feira (19), em sua sede em São Paulo (imagem acima), o Comitê de Governança e Compliance (que significa estar em conformidade com leis, regras e normas). O objetivo é propor a discussão de temas relacionados à administração das empresas, atenção aos critérios Ambiental, Social e de Governança (ESG, na sigla em inglês), aperfeiçoamento dos controles e divulgações financeiras.
Da primeira reunião do comitê participaram o advogado e ex-ministro da Justiça (2017-2018), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e da Controladoria Geral da União, Torquato Jardim; o presidente da Comissão de Relações Internacionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, Luis Carlos Szymonowicz; o advogado Renato Jabur e o vice-presidente Administrativo da Câmara Árabe, Daniel Hannun, além de integrantes da instituição, de empresas e escritórios de advocacia convidados.
Szymonowicz afirmou que as empresas brasileiras têm o desafio de atender a critérios de governança e que o comitê pode ser um apoio para aquelas companhias que desejam colocar em prática medidas de gestão, contenção de riscos e determinar suas prioridades. “As empresas precisam ter um plano de voo, isso é parte do conceito ESG”, disse.
Jardim, por sua vez, observou que a relação que uma companhia estabelece com a comunidade é parte da sua administração e governança. “Hoje em dia, não raramente a performance social [de uma empresa] tem um valor maior até do que o das ações de uma empresa”, afirmou.
“Não apenas para conceder crédito mais barato, mas até para conceder o crédito, os bancos exigem que se tenha governança, balanço, balanço social, a forma como as companhias se relacionam com a sociedade do seu entorno”, disse Jabur.
Entre os temas que são compreendidos e discutidos pelo comitê estão governança corporativa; compliance; gestão de riscos e reputação; gestão e oportunidades; stakeholders e cadeia de valor; aspectos formais, transparência e comunicação; estratégias para implementar uma agenda ESG; tendências e referências de desempenho ESG. Para os encontros mensais do comitê serão convidadas empresas associadas e parceiras da Câmara Árabe e especialistas nos temas que integram a agenda do grupo, sejam do Brasil ou de países árabes.
De acordo com a diretora de Relações Institucionais da Câmara Árabe, Fernanda Baltazar, o comitê procura também promover o intercâmbio de experiências em compliance e governança com companhias do mundo árabe. “Objetivo é trazer para casa uma temática que é nova e importante e tem ganhado importância no Brasil e nos países árabes, e trazer o diálogo entre essas regiões. Além do que já fazemos na área comercial, queremos trazer interlocução nesses temas”, disse.
Daniel Hannun, por sua vez, observou no encontro que o comitê pode ser um instrumento de orientação para pequenas e médias empresas. “Há um desafio de disseminar a relevância do compliance e da governança a empresas menores, que têm dificuldade em estabelecer foco e metas, para que deem o primeiro passo e então evoluam”, afirmou.