São Paulo – O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun, se reuniu nesta quinta-feira (28), em Amã, com o ministro de Estado da Jordânia para Assuntos de Investimentos, Muhannad Shehadeh, e com o ministro da Indústria, Comércio e Abastecimento do país árabe, Yarub Qudah, durante o 2º Fórum Econômico Jordânia-Golfo, que ocorreu paralelamente ao Fórum Econômico Árabe-África, encerrado nesta quinta na capital jordaniana.
Eles discutiram a realização de uma conferência econômica Brasil-países árabes no primeiro semestre de 2018, em São Paulo, e a participação de empresas jordanianas na próxima edição da feira da Associação Paulista de Supermercados (Apas), que irá ocorrer de 07 a 10 de maio do ano que vem na capital do Estado.
“Acertamos com o ministro dos Investimentos divulgar as oportunidades para as empresas brasileiras na Jordânia”, acrescentou Hannun, que participou das reuniões acompanhado do embaixador do Brasil em Amã, Francisco Carlos Soares Luz, do vice-presidente de Relações Internacionais da Câmara Árabe, Osmar Chohfi, e do assessor de projetos especiais da entidade, Tamer Mansour.
“Eles estão centrados em dois pilares: atração de investimentos e comércio. Estão muito ativos neste sentido”, afirmou Hannun. Segundo ele, o ministro da Indústria e Comércio declarou que a partir da Jordânia é possível ter acesso a um mercado potencial de 1,3 bilhão de pessoas, considerando acordos comerciais que o país tem com outras nações e blocos, como os Estados Unidos, União Europeia, Canadá, Cingapura e outros países árabes; e o acesso por terra a vizinhos com a Síria e o Iraque.
“Estão atraindo investimentos. Os jordanianos permitem que uma empresa [estrangeira instalada no país] exporte produtos apenas finalizados lá com todos os incentivos”, ressaltou Hannun. Ele acrescentou que o ministro da Indústria e Comércio explicou que a Jordânia pretende ser uma plataforma de abastecimento para a reconstrução da Síria e do Iraque com a reabertura das fronteiras terrestres. “O ministro falou disso como parte de um dos pilares”, destacou.
De acordo com Hannun, o ministro do Comércio disse também que as empresas jordanianas querem ampliar sua presença no mercado brasileiro e da América do Sul em geral. Nesse sentido, o embaixador Soares Luz lembrou que será assinado em breve entre os governos do Brasil e da Jordânia um Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI), e há interesse dos jordanianos em negociar um tratado de livre comércio com o Mercosul, conforme antecipou o embaixador da Jordânia em Brasília, Malek Twal, em entrevista à ANBA no mês passado.
Os executivos da Câmara Árabe se comprometeram também a trabalhar pela reativação do Conselho Empresarial Brasil-Jordânia e a informar quais são os setores brasileiros com maior potencial para os negócios bilaterais.
Investimento no Brasil
Hannun, Chohfi e Mansour tiveram ainda um encontro com o vice-presidente sênior para Oriente Médio e Norte da África da indústria Hikma, Maen Abdelhafez. A Hikmah é uma multinacional do setor farmacêutico de origem jordaniana. “Eles têm fábricas em vários lugares do mundo”, observou o presidente da Câmara Árabe. “Estão interessados no Brasil e querem mais informações a respeito, sobre financiamentos, regras de investimentos e dados do mercado”, disse.
Hannun acrescentou que a companhia tem interesse também em outros mercados sul-americanos, e a Câmara Árabe ficou de enviar dados aprofundados sobre o Brasil e seus vizinhos.