Alexandre Rocha, enviado especial
Alexandre.rocha@anba.com.br
Cairo – A Câmara de Comércio Árabe Brasileira começou a negociar um acordo entre a ANBA e a agência de notícias egípcia MENA. Ontem (03) o vice-presidente de marketing da entidade, Rubens Hannun, teve um encontro no Cairo com o presidente e editor-chefe da MENA, Abdalla Hassan, e com o editor-chefe assistente, Mustafa Samih Elewa. Ele estava acompanhado da reportagem da ANBA e da correspondente da agência no Cairo, Randa Achmawi. O objetivo é a troca de material jornalístico, intercâmbio de jornalistas, apoio institucional e ampliação do fluxo de informações entre o Brasil e o mundo árabe.
A MENA, que pertence ao governo egípcio, cobre assuntos gerais como política, economia, esportes, descobertas arqueológicas, temas internacionais e pesquisas científicas, como, por exemplo, na área médica. Ela tem correspondentes em 28 países, sediados em cidades como Nova York, Paris, Londres, Genebra, Berlim, Pequim, Moscou, Islamabad, a maioria das capitais árabes e diversas da África. “Mas infelizmente não temos ninguém na América Latina”, disse Hassan. “E seria bom ter alguém onde nunca tivemos”, acrescentou.
Neste sentido, ele quer o auxílio da Câmara Árabe para encontrar no Brasil um jornalista que fale e escreva fluentemente em árabe. Hassan tem interesse também em buscar acordos com agências oficias, que no caso do Brasil é a Radiobras, e com órgãos de imprensa privados. Hannun ressaltou que além do material da ANBA, a Câmara Árabe pode fornecer informações sobre a economia brasileira, o comércio exterior do país e as relações com o mundo árabe.
Trabalham na agência egípcia 1,1 mil funcionários, sendo 400 jornalistas. Ela produz, segundo Hassan, cerca de 750 notícias em árabe por dia, sendo que 250 são traduzidas para o inglês e o francês. Além dos textos, a MENA disponibiliza fotos e material multimídia que inclui texto e fotos, além de um boletim econômico internacional.
Fundada em 1956, a agência tem hoje um arquivo de 3 milhões de fotos que estão sendo digitalizadas. “É um verdadeiro tesouro”, disse Hassan.
A MENA fornece parte de seu material, cerca de 40 despachos por dia, gratuitamente para agências conveniadas, mas cobra para o acesso a conteúdos maiores, pois esta é sua fonte de faturamento. Ela pode produzir também reportagens e estudos a pedido do parceiro.
Hannun entregou a Hassan uma minuta de acordo, que será analisada pela agência egípcia. Hoje a ANBA tem convênios semelhantes com agências dos Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Síria, Iêmen, Argélia, Tunísia e Marrocos.