São Paulo – A Conferência de Doadores para a Síria, realizada nesta quinta-feira (04) em Londres, no Reino Unido, resultou em promessas de repasses de mais de US$ 10 bilhões em ajuda à população afetada pela guerra civil no país árabe, de acordo com o primeiro-ministro britânico, David Cameron. É o maior valor prometido num único dia para ações humanitárias em resposta à crise síria. As informações são da Kuwait News Agency (Kuna).
O conflito já dura cinco anos e esta é a quarta conferência do gênero realizada. As três anteriores ocorreram no Kuwait. “Nós garantimos cerca de US$ 6 bilhões para 2016 e mais US$ 5 bilhões até 2020”, disse Cameron, segundo a Kuna. “Isso significa que milhões de pessoas agora vão receber alimentos, atendimento médico e abrigo na Síria e além”, acrescentou.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, participou da reunião e anunciou a doação de US$ 1,3 milhão ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), quantia que, segundo o Itamaraty, já foi repassada; mais a disponibilização de 4,5 mil toneladas de arroz, no valor de US$ 1,85 milhão, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A doação de arroz foi anunciada na conferência de 2015, mas, de acordo com o Itamaraty, ainda não há um país parceiro para bancar os custos de transporte. Este tipo de parceria, chamada de “twinning”, é mediada pelo Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas.
A conferência deste ano foi uma iniciativa conjunta do Reimo Unido, Kuwait, Noruega, Alemanha e Nações Unidas. Foi o primeiro encontro do gênero realizado após a explosão do fluxo de refugiados do Oriente Médio para a Europa. O dinheiro vai financiar medidas de auxílio aos sírios afetados pela guerra na própria Síria e em países vizinhos.
De acordo com a ONU, os recursos necessários para garantir as ações humanitárias relacionadas ao conflito sírio este ano são estimados em US$ 7,7 bilhões.
Doadores
Ao longo do evento, países e blocos anunciaram doações. A União Europeia e seus estados membros, por exemplo, prometeram US$ 3,2 bilhões. A Alemanha sozinha se comprometeu a repassar US$ 2,6 bilhões, sendo US$ 1,233 bilhão este ano. A Alemanha é o país mais procurado pelos refugiados na Europa.
Já os Estados Unidos prometeram repassar US$ 600 milhões em ajuda humanitária e mais US$ 290 milhões em auxílio na área de educação para a Jordânia e Líbano, nações que abrigam grande número de refugiados.
O Kuwait, principal incentivador destas conferenciais, prometeu US$ 300 milhões; os Emirados Árabes Unidos, US$ 137 milhões; a Austrália, US$ 18 milhões; a Noruega, US$ 1,17 bilhão ao longo dos próximos quatro anos; e o Reino Unido, mais US$ 1,635 bilhão, também até 2020.
