São Paulo – A Big 5, maior feira do setor de construção do mundo árabe, será realizada de 21 a 24 de novembro, mas já há empresas brasileiras de malas prontas para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde ocorre a mostra. Todos os anos o evento reúne os principais construtores, escritórios de arquitetura e empresas do setor e é uma oportunidade para quem deseja ampliar as vendas na região ou tornar sua marca conhecida. Assim como nas edições anteriores, a Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) organizam o pavilhão do Brasil.
André Araújo, gerente de Exportações da Deca, indústria de louças e metais sanitários, afirma que a Big5 é uma forma de divulgar os produtos e atrair compradores. Para ele, ter o apoio do governo brasileiro por meio da Apex ajuda nos negócios. “Participamos [desta feira] no ano passado. Sentimos uma grande valorização no vínculo com o governo brasileiro. Eles (clientes e parceiros locais) entendem que o governo leva as melhores empresas do País para participar do evento. O governo dá o seu aval à credibilidade da empresa”, afirma.
A Deca tem um representante nos Emirados e, de lá, vende seus produtos para o mercado de luxo do mundo árabe. Embora já tenha fechado vendas em Omã e no Catar, a empresa ainda concentra seus esforços para consolidar sua posição nos Emirados. Araújo afirma que o faturamento da companhia com os produtos vendidos no mundo árabe ainda é muito pequeno e o investimento deve trazer resultados no longo prazo. “Não temos meta [na feira], queremos apoiar o distribuidor e manter o relacionamento. Lá é um projeto de longo prazo”, afirma.
Expor seus produtos na Big5 e contar com o apoio da Câmara Árabe e do governo brasileiro são dois dos suportes da Deca para conquistar o consumidor da região. Relacionamento é o terceiro. Araújo afirma que participar da Big5 é muito importante, porém, não é um ato isolado na empresa. Ele viaja duas vezes por ano para Dubai e traz seus representantes árabes para o Brasil também. Eventualmente, encontra seus representantes em outros eventos. Durante os dias de realização da Big5, brasileiros e árabes visitarão arquitetos e irão se reunir com clientes em potencial.
Estreia
Fabricante de produtos sanitários, gabinetes e acessórios hidráulicos, a Astra já participou de outras feiras mundo afora, mas fará sua estreia na Big5. O motivo? “A Astra já vende para alguns países árabes, mas quer investir nas feiras para ampliar mais sua carteira de clientes e conhecer melhor os mercados em questão”, diz a responsável pelas exportações ao Oriente Médio, Fernanda Rezaque.
A Astra já vende US$ 600 mil por ano para o mundo árabe. Os principais clientes estão na Argélia, Líbano, Líbia e Dubai. Entre os produtos comercializados, destacam-se caixas de descarga, assentos sanitários, espelhos e banheiras de hidromassagem. Para a empresa de Jundiaí, no interior paulista, o mercado árabe ainda pode ganhar participação nas vendas. “O mercado árabe hoje representa apenas 8% do nosso faturamento, mas, em curto prazo, queremos vender produtos de maior valor agregado e dobrar esse número”, diz Fernanda.
Desde 2006
Já a Itagres, que produz mármores e artigos de cerâmica e participa da Big5 desde 2006, pretende usar o evento para ampliar o relacionamento com clientes e distribuidores no mundo árabe. “O objetivo será apresentar os lançamentos das empresas Itagres e Porcellanati, fortalecer a relação comercial com clientes já existentes e prospectar novos clientes com o intuito de alavancar as vendas na região. Possuímos como meta alcançar um faturamento de US$ 1 milhão em ambas as empresas [durante a feira]”, afirma o responsável pelas exportações da companhia para o Oriente Médio, Fredy Spegel.
Ele aposta no aumento das vendas no mundo árabe no curto prazo. O faturamento de US$ 1 milhão é esperado para a feira, mas a meta é atingir vendas de US$ 5 milhões por ano para os países da região. A estratégia da empresa é aumentar a quantidade de países onde seus produtos são vendidos. Atualmente, a companhia de Santa Catarina tem um representante que vende para Arábia Saudita, Emirados, Jordânia, Kuwait, Omã e Síria. Hoje, as vendas para estes países representam 30% do total que a Itagres obtém de exportações. Agora, a companhia quer vender para todos os países do Oriente Médio e pretende usar a Big5 para atingir o objetivo.
Serviço
Outras informações sobre a Big5 podem ser obtidas com Clarrisa Marchioreto, no Departamento de Negócios e Mercado da Câmara Árabe. Tel.: (11) 3147-4139.