São Paulo – O Djibuti, país árabe da África, tem crescimento econômico projetado em 6,5% pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para este ano, segundo análise divulgada na quinta-feira (12) pela instituição. A economia do país tem fortes bases na navegação e sua logística, por causa da localização estratégica do Porto do Djibuti. Esse setor demonstrou resiliência aos conflitos regionais, segundo a equipe do FMI.
“O crescimento no ano fiscal de 2024 está estimado em robustos 6,5%, impulsionado pelo aumento dos transbordos, enquanto as empresas de transporte navegam pelas tensões do Mar Vermelho”, diz o relatório de Esther Pérez Ruiz, que liderou equipe do FMI em visita ao país árabe entre 8 e 12 de dezembro. O transbordo ocorre quando uma carga é transferida de um navio a outro para seguir novo destino.
No Mar Vermelho, as embarcações vêm sofrendo recorrentes ataques dos houthis, grupo do Iêmen. O Porto do Djibuti tem saída para Golfo de Tadjoura, que fica ao lado do Golfo de Áden, com acesso para Oceano Índico, o Mar Mediterrâneo, o Mar Vermelho e o Canal de Suez.
Segundo Ruiz, a inflação permanece moderada no Djibuti porque o governo estabilizou os preços da energia e dos alimentos para mitigar o impacto do aumento dos custos de importação. O déficit fiscal deve se estabilizar em 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, com redução de juros no pagamento de dívida compensando subsídios e receitas fracas.
Esther Pérez Ruiz chama a atenção, no entanto, para a diminuição das reservas internacionais do país nos últimos dois anos. “O que merece atenção em vista das substanciais obrigações externas pendentes”, disse ela. A executiva do FMI também cita riscos para a perspectiva econômica do país, como a criação limitada de empregos por causa de secas, afetando desproporcionalmente os mais pobres.
Positivo
“Como positivo, o crescimento mais forte do que o esperado na Etiópia e uma rápida resolução das perturbações do Mar Vermelho podem melhorar a perspectiva geral do Djibuti”, disse ela. A Etiópia é uma grande economia na África, vizinha do Djibuti. Esther Pérez Ruiz ressalta os esforços das autoridades pela sustentabilidade macroeconômica e a credibilidade da estrutura política, com medidas como negociações de dívidas, revisão de acordos e mobilização de receitas.
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