São Paulo – Morangos congelados são os carros-chefes das empresas do Egito que nesta semana participam da Apas Show, uma das maiores feiras de alimentos e bebidas do Brasil, realizada até esta quinta-feira (16) em São Paulo. Das sete empresas do país árabe que estão na Apas, pelo menos duas confirmaram que fecharam contratos de exportação. Entre os motivos da sua competitividade, citam produção elevada, de qualidade, a custos baixos e o acordo de livre comércio que o Egito tem com o Mercosul, união aduaneira formada por Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil.
“Temos um produto de muita qualidade a um preço competitivo”, definiu a especialista de exportações da Frosty Foods, Ashrakat Hossam El Din. Morangos são os principais produtos por ela exportados em um portfólio que é formado também por brócolis, ervilhas e milho congelados. A empresa exporta para o Brasil há três anos e vê potencial durante sua primeira participação na Apas.
Também do Egito, a líder da equipe de vendas da Elswedy Food Industries, Tasnim Hamada atribuiu a presença crescente dos produtos congelados do Egito no mercado brasileiro aos baixos custos de mão de obra, localização geográfica privilegiada e excedente de produção.
“Acreditamos que haverá mais negócios com o Brasil após a Apas. Tínhamos contatos com clientes antes de vir”, disse Hamada. A empresa dedica toda sua produção de entre 18 mil e 20 mil toneladas por ano à exportação. Desse total, 80% correspondem a morangos congelados.
Consumo de morangos em alta, Egito de olho
O Brasil é também destino das vendas da EGCT frozen. Na Apas pela segunda vez, a gerente de exportações, Lilia Fostakovska, diz que a demanda brasileira por produtos frescos congelados está crescendo e que a produção e o embarque são feitos ao gosto do cliente seja pelo tamanho e tipo de embalagem, seja com a marca da EGCT ou própria estampada no rótulo. “Acho que nada se compara a estar na feira e falar com as pessoas face a face”, afirmou.
Fostakovska diz que os preços variam muito conforme a demanda, mas uma tonelada custa em média US$ 1.100 e os contêineres que chegam ao país tem capacidade para até 26 toneladas. A empresa também atua no Brasil com a exportação de laranjas in natura apesar de o País ser grande produtor de laranjas para sucos.
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O diretor-geral da Mima Foods, Ahmed El Shenawy e a gerente de Vendas e Exportações, Anna Gurina, afirmaram que o consumo global de morangos está em alta e o consumo brasileiro cresce quase 200% de um ano para outro, o que estimula a presença da empresa na feira. “O Egito está competindo [com mais força] no mundo desde os últimos cinco anos. Estamos exportando cada vez mais”, disse. A empresa tem sede no Kuwait e controle saudita e vê no Brasil potencial para suas vendas de morangos, brócolis e couve-flor.
Uma representante da empresa de batatas fritas congeladas Dalsa disse que a presença no Brasil é fundamental para ampliar as vendas porque o Brasil “é um grande consumidor de batatas fritas”. A empresa espera ampliar as vendas com os atuais clientes brasileiros nos próximos meses. As empresas participam da Apas no Espaço Árabe em dois estandes organizados pela Câmara Árabe na Apas. Além de venderem seus produtos, elas participaram de visitas técnicas organizadas pela própria instituição.