São Paulo – Os Emirados Árabes Unidos estão entre os mercados-alvo do Programa de Desenvolvimento Setorial do Suco de Uva, criado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), em parceria com a Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex). A primeira ação deste ano vai ser a participação de fabricantes na Gulfood, maior feira de alimentos do Oriente Médio, que será realizada em fevereiro, em Dubai.
Na feira, as empresas vão ficar no estande do Ibraf, onde os visitantes poderão fazer degustação do suco natural, pronto para beber. De acordo com a coordenadora do programa do Ibravin, Raquel Rohden, o Brasil é conhecido no mercado externo pelo suco concentrado e não pelo natural. “O objetivo do programa é divulgar o suco natural, que tem maior valor agregado”, afirmou.
O Programa Setorial do Suco de Uva foi criado em agosto do ano passado e até agora já conta com a adesão de 20 empresas. Para as ações de 2010 e 2011, os quatro países prioritários do programa são Estados Unidos, Canadá, Angola e Emirados Árabes. Para os próximos dois anos, também serão trabalhados países como Chile, Colômbia, Guatemala e Venezuela. No total, foram analisados 29 mercados para definir os alvos.
A definição dos países prioritários se deu por um estudo da Apex, que avaliou diversas variáveis. Segundo Raquel, a escolha de Dubai foi por ser a porta de entrada para o mercado árabe; pela alta renda per capita; por apresentar um turismo forte, que ajuda na divulgação da imagem do suco brasileiro; por ser um grande importador de alimentos; e pela religião do país, que não permite o consumo de bebida alcoólica.
De acordo com Raquel, em 2009, uma das empresas do programa participou de uma missão a Dubai, realizada pela Apex, e fez sucesso com o suco de uva natural. Este ano, essa empresa já está inscrita para participar da Gulfood.
Um dos diferenciais do suco brasileiro, segundo Raquel, é a diversidade de uvas existentes no Brasil, o que deixa o suco mais saboroso.
A produção de uvas no país é de cerca de 1,2 milhão de toneladas por ano. Desse total, 45% é destinado ao processamento para a elaboração de vinhos, sucos e outros derivados, e 55% comercializado como uvas de mesa. Segundo dados do Ibravin, do total de produtos industrializados, 77% são vinhos de mesa e 9% são sucos de uva.