São Paulo – Duas empresas egípcias expõem na feira Glass South America, evento do setor de vidros que acontece até sábado (24) em São Paulo. É a primeira vez que elas participam da mostra no Brasil.
A Sphinx Glass já exporta para o Brasil há cerca de três anos. A empresa produz principalmente vidro comum, mas também vidro colorido e vidro refletivo. “O Brasil sempre esteve entre os principais mercados [da empresa]. É um mercado muito grande para o vidro e estamos aqui para assegurar nossa participação nas exportações para o Brasil”, explica Nadette Moussa, representante de Exportações.
Ela conta que os números variam ano a ano, mas que, em média, a Sphinx exporta duas mil toneladas de vidro por mês ao Brasil. As vendas, diz, são feitas para grandes distribuidores. De acordo com a executiva, em 2012 o País representou 40% das vendas externas de sua companhia.
Além dos potenciais compradores brasileiros, ela destaca a oportunidade que o evento oferece de contatar importadores de outros países da região. “É um evento muito promissor. Nós encontramos pessoas não só do Brasil, mas também do Chile, Colômbia. É um bom evento”, avalia Moussa.
Os vidros produzidos pela Sphinx podem ser usados tanto em construções, como fachadas de prédio e divisão de interiores, como para decoração, boxes para banheiros, tampos de mesas e outras aplicações. Além do Brasil, a empresa exporta para países do Norte da África, Oriente Médio, Leste da África e Leste da Europa.
A fabricante Cairo Glass produz vidros impressos e vidros aramados. “Temos mais de 14 desenhos”, conta Moustafa Esmat, vice-presidente da empresa, sobre o vidro impresso, um tipo de vidro decorado. A companhia já fez duas vendas ao Brasil, uma em 2012 e outra este ano. Segundo Esmat, a participação na feira tem como objetivo conhecer melhor o mercado nacional e regional.
“O Brasil é um mercado muito grande, é por isso que viemos aqui. Estamos tentando descobrir durante estes dias o quanto podemos avançar neste mercado”, afirma o executivo.
A empresa fabrica 240 toneladas de vidro por dia e cerca de 56% de sua produção é voltada ao mercado externo. Entre seus destinos de exportação estão países como França, Espanha, Portugal, Romênia, Bulgária, Albânia e Canadá, além de nações do Oriente Médio e Norte da África.
Importações do setor
O Egito está entre os principais fornecedores de vidro para o Brasil, com 5,9% das importações brasileiras do setor vindas daquele país. Mas ele não é o único árabe que consta na lista de maiores exportadores de vidro ao Brasil.
A Arábia Saudita, que é o terceiro país na lista geral, vende 12,1% do que o Brasil compra de vidro, enquanto os Emirados Árabes Unidos vendem 6,3% do que é comprado pelos brasileiros. O maior fornecedor mundial do Brasil é a China (28,2%), seguida pelo México (21,4%). Os dados são da Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro).
A edição deste ano da Glass South America traz 200 marcas, das quais 18% são estrangeiras. “A feira é uma porta de entrada para todo o mercado latino-americano. Temos gente de todos os lugares do mundo. Você vê o pavilhão belga, italiano, temos gente de Portugal, do Egito, da Turquia, de uma série de países”, conta Ligia Amorim, diretora da NürnbergMesse, empresa organizadora do evento.
Segundo ela, a feira atrai grande interesse das empresas internacionais por reunir os diversos segmentos da cadeira vidreira. “A gente trata da tecnologia das máquinas que produzem o vidro, das empresas que vêm para cá e que processam o vidro e o oferecem com tratamento térmico, de luminosidade, de segurança, uma série de fatores interessantes”, destaca.
Até 2006, o Brasil era predominantemente exportador do produto. Já de 2007 para cá, o País passou a importar mais vidro. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), só em 2013, o Brasil comprou mais de 607 mil toneladas de vidro do exterior, enquanto exportou apenas 71 mil toneladas.
“O consumo interno aumentou e há poucos produtores aqui. É uma indústria de base que demanda muito investimento, precisa de muito planejamento. Por isso, há esse ‘gap’ (defasagem) grande e essa inversão de exportador para importador”, explica Amorim.
Ela ressalta, porém, as vantagens para as empresas internacionais que queiram se instalar no País. “O Brasil é um país de muitas oportunidades para aquelas empresas que procuram expandir seus negócios, que procuram descobrir quem é o parceiro correto para trabalhar aqui. Eu não vejo nenhuma grande empresa vir pra cá e se arrepender de ter vindo. Ela só precisa achar a melhor forma de operar. É preciso ter menos receio e tentar buscar soluções novas para participar do mercado”, completa.
Serviço
Glass South America
Data: 21 a 24 de maio de 2014
Horário: 21, 22 e 23/5 – das 12h às 19h; 24/5 – das 10h às 17h
Local: Transamerica Expo Center – São Paulo
Av. Dr. Mário Villas Boas Rodrigues, 387 – São Paulo