Marina Sarruf
São Paulo – Os empresários egípcios que estiveram em São Paulo visitando a Hospitalar – maior feira de produtos e equipamentos médicos da América Latina – querem voltar no ano que vem como expositores da mostra. "Voltaremos mais preparados não só para exportar, como também para fazer joint-ventures com empresas brasileiras", diz o chefe da delegação, Sherif Ezzat.
No total, 16 empresários fabricantes de produtos médico-hospitalares, como catéteres, produtos para hemodiálise, máquinas para ultra-som, móveis hospitalares e produtos ortopédicos vieram para a feira. "Tenho certeza que o Brasil é um bom mercado para exportarmos nossos produtos", afirma Mohamed Basiony, gerente de exportações da Ameco Medical Industries. A empresa exporta cerca de 90% de sua produção para 20 países.
De acordo com Ezzat, os fabricantes egípcios precisam primeiro registrar os seus produtos de acordo com as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Só assim conseguirão certificação para vender ao país. "Para começarmos a exportar vai levar, no mínimo, uns seis meses. Temos preço e qualidade muito competitivos no mercado brasileiro", diz o chefe da delegação.
Durante a Hospitalar, os empresários participaram de uma rodada de negócios com empresas brasileiras onde fizeram vários contatos. "Foi muito positivo. Acredito que, após conseguirmos a certificação e definirmos um distribuidor, rapidamente começaremos a exportar", afirma Basiony.
Semelhanças
Segundo a gerente-geral, Shadia Baligh, da National Medical Industries, fabricante de produtos descartáveis para hemodiálise, a mentalidade e a logística do mercado brasileiro é parecida com a do mercado egípcio. "Primeiro é preciso encontrar um distribuidor no Brasil, depois tudo ficará mais fácil", diz a gerente.
Acordos
Segundo Ezzat, os fabricantes egípcios têm interesse em fazer acordos de cooperação com empresas brasileiras. "É o melhor caminho para crescermos juntos e fortes", diz. De acordo com ele, os empresários egípcios já participaram de feiras na Alemanha e em Dubai, mas no Brasil é a primeira vez. "Foi uma experiência nova. Não sonhávamos que poderíamos fazer uma visita ao Brasil, um país tão longe do Egito", completa.
"Já assinamos uma carta de intenção com algumas empresas brasileiras que têm interesse em importar nossos produtos", diz Ezzat, que acredita que na próxima participação da Hospitalar as empresas egípcias já terão distribuidores no país.
Hospitais
A delegação egípcia, que foi embora neste final de semana, visitou ainda os hospitais Santa Paula e Sírio-Libanês. Na conversa dos empresários com o diretor de Serviços Médicos do Sírio, André Alexandre Osmo, o chefe da delegação disse ter muito interesse em exportar os produtos egípcios para o hospital. "Queremos usar o hospital como uma referência no mercado egípcio", afirma Ezzat.