Cairo – A Canal Sugar Company, afiliada ao Grupo Al Ghurair dos Emirados Árabes Unidos, iniciou a operação experimental da sua nova fábrica no sul do Egito, para a produção de açúcar extraído da beterraba, com capacidade de produção de 900 mil toneladas. A fábrica será a maior do Egito e do Oriente Médio.
O major-general, Osama El-Qadi, governador da província de Minya, localizada a 300 km da capital egípcia, testemunhou o início da operação experimental da fábrica, que coincidiu com o início do aumento na safra de bererraba para o ano atual, com ritmo de produção de 2 mil toneladas diariamente. A taxa de abastecimento está programada para chegar a 18 mil toneladas por dia no início da produção real da fábrica.
A alta temporada da safra de beterraba para as fábricas no Egito começa no início de março e continua até meados de julho de cada ano.
Investimentos na fábrica
A Canal Sugar Company estimou o tamanho dos investimentos do projeto em cerca de um bilhão de dólares. Esta é considerada a maior fábrica de açúcar de beterraba do mundo, segundo a empresa. A empresa busca recuperar e cultivar 181 mil acres de terra desértica, usando águas subterrâneas, para produzir anualmente 2,5 milhões de toneladas de beterraba sacarina, cultivada comercialmente para a produção de açúcar. Além disso, há interesse em outras culturas estratégicas como trigo, milho e grão de bico. A fábrica está sendo construída numa área de 240 hectares.
O projeto vai contribuir no preenchimento de 80% da lacuna entre a produção e o consumo de açúcar no Egito, que chega a 1,1 milhão de toneladas. O consumo anual de açúcar dos egípcios é de cerca de 3,4 milhões de toneladas, enquanto a produção gira em torno de 2,3 milhões de toneladas do açúcar da beterraba e da cana-de-açúcar.
Além de produzir açúcar branco, o projeto da empresa visa produzir anualmente 216 mil toneladas de polpa de beterraba e 243 mil toneladas de melaço, que serão integralmente exportados.
As contribuições emiradenses para a Canal Sugar Company, uma sociedade anônima egípcia, representam 70% do seu capital, distribuídos entre 37% do grupo do empresário Jamal Al Ghurair, que apoia o projeto como patrocinador técnico, e 33% da empresa emiradense Morban Energy Limited, que apoia o projeto como investidor financeiro. E enquanto a Al-Ahly Capital Holding Company, que pertence ao Banco Nacional do Egito, tem 30% do capital da empresa egípcia, a mesma Al-Ahly atua como consultor financeiro exclusivo da empreitada.
O projeto inclui o maior silo para armazenar açúcar do mundo, com capacidade de armazenamento de cerca de 417.000 toneladas, além de contribuir em oferecer empregos a mais de 50 mil trabalhadores agrícolas e 1.500 trabalhadores ligados diretamente na fábrica, além de milhares de oportunidades de empregos indiretos.
Kamel Al-Abdullah, CEO e diretor geral da Canal Sugar Company, disse que o projeto da empresa no Egito não é apenas uma fábrica de açúcar, mas sim uma parceria que atinge os objetivos do sistema nacional de segurança alimentar para o país. Para ele, assim os egípcios serão capazes de alcançar a autossuficiência em açúcar, eliminando a lacuna entre produção e consumo, e assim reduzindo a importação e o seu peso na balança comercial.
Traduzido por Ahmed El Nagari