Débora Rubin
São Paulo – Caipirinha, pão de queijo, chocolates com frutas típicas da Amazônia, cosméticos feitos com ingredientes nacionais. Filmes, músicas, arte e moda. O que o Brasil tem de melhor, e exclusivo, deve ser cada vez mais vendido para fora. Foi pensando dessa maneira que Beyla Fellous e Charles Dimantas criaram há dois anos a empresa Dim-Export. A idéia não é se limitar ao trading, mas também prestar consultoria e ajudar a criar um plano de negócios para pequenas e médias empresas.
"Ajudamos a planejar tudo, desde estudar o mercado ideal para aquele produto, como fazer o rótulo naquela língua, até a exportação propriamente dita", explica Beyla. "Queremos ser o departamento internacional das pequenas e médias empresas e ajudar quem já exporta a conquistar novos mercados", complementa Charles.
No ano passado, a empresa organizou o maior evento comercial do Ano do Brasil na França, promovido pelos governos brasileiro e francês ao longo de 2005. A Dim-Export coloriu a Galeria Lafayette, um dos pontos mais tradicionais de Paris, de verde e amarelo.
Foram 200 produtos levados para lá em uma ação denominada Operação Brésil, que contou com a parceria da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil (Apex). Durante um mês, os franceses e turistas de todo o mundo que passaram pela Lafayette Gourmet, setor onde foi realizado o evento, puderam provar alimentos típicos daqui como o pão de queijo, sucos naturais, entre outros que foram oferecidos para degustação.
A ação foi uma vitrine para produtos brasileiros já conhecidos mundialmente, como as Havaianas, mas também para dezenas de pequenas empresas. Algumas delas passaram a exportar para a França via Dim-Export após o evento na Galeria Lafayette. Entre elas estão a Chocolates da Amazônia e a Caipiveritas, fabricante de caipirinha em latinha em três sabores.
A Chocolates da Amazônia criou até um produto novo, com 72% de cacau, para atender ao mercado francês. "Essas degustações servem inclusive para isso, para o empresário saber o que ele precisa mudar no produto dele", explica Beyla, que fez mestrado em mercado europeu na Sorbonne. A Dim-Export conta com uma representação na França.
A estratégia da empresa paulista durante o Ano do Brasil na França mostra que o Brasil ainda tem muito produto com a cara brasileira que pode ser exportado. "É neles que nós temos que investir. Só assim, com marcas fortes e produtos típicos, vamos conseguir concorrer com a produção em larga escala chinesa e com o Leste Europeu, que não pára de crescer", aposta Beyla.
Além disso, a Dim-Export aposta na profissionalização das exportações. "Infelizmente não temos uma cultura exportadora. Tirando os commodities, que o Brasil exporta bem, as pequenas e médias empresas muitas vezes mandam seus produtos quando têm oportunidade, mas depois não conseguem se manter por lá", explica Charles.
Cultura
A empresa também ajuda a exportar cultura. "Afinal, foi através do cinema que os Estados Unidos venderam calça Levis para todo o mundo", lembra Beyla. A última iniciativa da Dim-Export foi justamente a participação no Festival de Cinema Brasileiro de Paris, organizado pela ONG Jangada. Nesta oitava edição do Festival, a Dim-Export ajudou a conceber o encontro de negócios realizado durante o festival – algo que nunca havia sido feito nas edições anteriores.
Dim-Export
Telefone: +55 (11) 5536-4338
Site: www.dim-export.com