Geovana Pagel
São Paulo – Ao contrário da maioria das empresas brasileiras, a Délirus Entertainment, que desenvolve jogos de multimídia para PCs e celulares, começou a sua vida pelo mercado externo. Criada no ano passdo, em janeiro a empresa fechou parceria com a Minick AG, umas das principais distribuidoras de conteúdo para telefonia celular do continente europeu. Desde então, três títulos da empresa – ProGoal Plus, Animal Rage e IcePost – são distribuídos para grandes operadoras européias, como a Orange.
“O IcePost foi destaque na promoção de inverno da operadora Orange, na Suíça, e vendeu 500 unidades apenas no mês de fevereiro”, conta Rafael Nanya, diretor responsável pelo desenvolvimento de aplicações móveis da Delírius. Neste game, a tarefa é transportar pacotes entre estações de pesquisa na Antártida com o objetivo de salvar a camada de ozônio.
Enquanto comemoravam as primeiras exportações, segundo Nanya, vieram os primeiros contratos no mercado interno. “As vendas foram para operadoras de telefonia como a Telemig Celular, a Amazônia Celular, a Claro e a Brasil Telecom”, conta.
A Délirus é incubada na Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas (CIATEC), no interior paulista. Atualmente a empresa produz games para PCs e celulares, presta serviços em desenvolvimento de jogos promocionais, empresariais e educativos, além de criar tecnologias em games.
Segundo Nanya, o primeiro jogo para PC já está sendo desenvolvido e o demo de Warbots, como foi batizado o game, deve chegar ao mercado em dezembro deste ano.
Hoje trabalham na Délirus, os quatro sócios proprietários 15 funcionários, a maioria engenheiros de computação formados pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que também é parceira da empresa na área de intercâmbio tecnológico.
Novas tecnologias
De olho no crescimento da importância dos jogos móveis enquanto serviço de valor agregado para a telefonia móvel, a Délirus investe no desenvolvimento da tecnologia game engine, ferramenta necessária para a convergência PC-Mobile. “Desenvolver uma game engine, motor mesmo, é desenvolver tecnologia de base para a construção de games”, explica Nanya.
Para desenvolver a tecnologia, a Délirus estabeleceu parceria com a Intel Latin América e o Instituto de Computação da Unicamp (IC). Segundo ele, o interesse das empresas e do instituto pelo desenvolvimento de ferramentas e tecnologias para redes wireless (sem fio) levou ao investimento numa game engine para dispositivos móveis com processadores Intel PCA (Personal Internet Client Achitecture). O resultado permitirá a produção de gráficos, efeitos de luz, movimentação e ambientação 3D de um jogo eletrônico.
De acordo com Nanya, o desenvolvimento da ferramenta será muito importante pois, além do aspecto de inovação tecnológica, permitirá a redução no custo de produção de jogos. “Hoje as melhores games engines no mercado são importadas. Além do alto custo, nenhuma ainda foca a convergência PC-Mobile”, explica.
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