São Paulo – Após conhecer os lançamentos da indústria de revestimentos cerâmicos na feira Expo Revestir, onze representantes de empresas árabes visitaram nesta quinta-feira (08) a fabricante de louças e metais sanitários Deca, em São Paulo. Pelo menos dois empresários manifestaram interesse em fazer negócios com a empresa brasileira. O grupo está no Brasil participando de um Projeto Comprador da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), com apoio da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.
Gerente de desenvolvimento de negócios da Al Ansari Trading Enterprise, Santosh Kadam diz que as torneiras, registros e louças da Deca podem encontrar mercado no setor de construção civil em Omã, onde a empresa tem sede, se oferecer um preço competitivo.
“Pelo resultado final é possível observar quanto cuidado a empresa teve durante a produção. Pude perceber aqui [na fábrica] que o processo é muito cuidadoso. Nós poderíamos comprá-los, mas isso depende do preço com que [os produtos] chegariam lá. O preço do produto é composto pelos custos de produção, custo de embarque e frete, lucro e comissão. O custo no Brasil e o custo do embarque são fixos, mas a comissão e os lucros podem ser negociados”, disse Kadam.
Diretor-gerente da Crystal Building Materials, de materiais de construção, Omar Bayousuf também elogiou a qualidade dos produtos da Deca. “Hoje compramos da Itália, Alemanha, Bélgica e China. Esses produtos que vimos hoje são os melhores de todos. Mas ainda preciso saber dos preços”, afirmou o empresário dos Emirados Árabes Unidos.
A Deca está ampliando sua participação no mundo árabe. A marca é representada nos Emirados pela companhia Arteco, que tem um showroom em Abu Dhabi, um depósito em Sharjah e está abrindo um showroom em Dubai. Newton Nascimento, da área de exportação da Deca, disse que a empresa ainda precisa conquistar o mercado e ser cuidadosa na busca por clientes fora do Brasil. Ele acredita que o atual momento pode ajudar.
“Muitas empresas tiraram o foco da exportação para se concentrar nas vendas internas, por causa do mercado de construção aquecido. Por outro lado, aqui o cliente já conhece a nossa marca. Lá fora, ainda não. No mercado de alto luxo, ele opta pelo que já conhece. Queremos nos estabelecer”, disse.
Nascimento disse que, por enquanto, é mais fácil exportar produtos para as classes A e B, que podem pagar mais e para a qual a margem de negociação é maior. “Conquistar a classe C é mais difícil porque neste caso envolve a questão do preço.”