Marina Sarruf
São Paulo – Um grupo de empresários brasileiros começa hoje (21) no Oriente Médio uma série de atividades para mostrar o potencial do setor produtivo do país. Chefiados pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, 21 representantes de 17 entidades setoriais, instituições financeiras e empresas nacionais participam de rodadas de negócios e seminários sobre a economia brasileira na Arábia Saudita e Kuwait. "Nossa expectativa é contribuir para que se estreitem as relações comerciais com os países árabes", afirmou Dagoberto Lima Godoy, diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que integra a delegação.
As atividades começam na Arábia Saudita, às 10 horas de hoje, com um seminário seguido de rodada de negócios. De acordo com Antônio Sarkis Jr., presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), a viagem vai servir também para identificar empresas e setores dos países árabes interessados em vir ao Brasil na época da cúpula dos chefes de estado árabes e sul-americanos. "Vamos procurar trazer o maior número de empresas para acompanhar as delegações na cúpula", disse Sarkis. Durante a cúpula ocorrerão encontros de negócios entre empresários das duas regiões, paralelamente às reuniões dos chefes de estado.
Além da Arábia Saudita, a missão empresarial brasileira também vai participar de seminários e rodadas de negócios no Kuwait, que iniciam na quarta-feira (23). Segundo Godoy, um dos principais objetivos da ida aos dois países é fornecer informações sobre a economia brasileira para atrair investimentos externos. "É uma região riquíssima em petróleo e tem grandes investidores", disse.
Para Manoel Teixeira Simões, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfume e Cosméticos (ABIHPEC), a missão servirá para manter crescente as exportações do setor para o Oriente Médio. No ano passado, as vendas para a região somaram US$ 4,8 milhões, um aumento de 58% em relação a 2003. A Arábia Saudita é o segundo maior importador entre os países árabes. Em 2004, importou US$ 726 mil e teve um aumento de mais de 100% sobre as compras do ano anterior. "As exportações para o Kuwait cresceram em 200%", afirmou Simões.
O diretor da ABIHPEC tem encontro marcado com nove empresários da Arábia Saudita para conversar sobre exportações. Simões também fará hoje uma palestra sobre o setor de higiene pessoal e cosméticos aos empresários locais destacando a biodiversidade nacional.
Seminário
A abertura do evento, hoje, será feita pelo secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústrias de Riad, Hussein A. Al-Athel, e pelo presidente do Conselho das Câmaras Sauditas, xeque Abdul Rahman Al-Jeraissy, seguido do embaixador brasileiro Celso Amorim. Também diretores de algumas entidades brasileiras farão palestras sobre oportunidades de negócios em seus setores.
Após o almoço começam as rodadas de negócios entre os empresários brasileiros e árabes. Segundo Michel Alaby, secretário-geral da CCAB, que fará parte da delegação ao lado de Sarkis, a entidade vai dar apoio aos empresários brasileiros. "Vamos atuar como uma ponte, para estabelecer o contato com as empresas árabes". O dia de amanhã será livre para visitas a fábricas e distribuidores locais.
Economias árabes
Juntos, a Kuwait e a Arábia Saudita somam um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 284 bilhões. A Arábia Saudita já é um grande comprador dos produtos brasileiros, principalmente de carnes. O país é a maior economia do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) e também o maior produtor e exportador mundial de petróleo.
O Kuwait ocupa uma posição estratégica na região, já que está cercado por grandes economias locais, como Arábia Saudita, Iraque e Irã. Após os sauditas, é o detentor das maiores reservas de petróleo do mundo. Por importar grande parte do que consome, o país representa um mercado potencial para os produtos brasileiros.