Alexandre Rocha
alexandre.rocha@anba.com.br
São Paulo – O Banco do Brasil inaugura oficialmente neste domingo (18) seu escritório de representação em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, localizado nas Emirates Towers, um dos cartões postais da cidade. Vários integrantes da diretoria da instituição estarão na inauguração. Na prática, porém, o escritório já funciona há alguns meses, sob supervisão do executivo Renato Gerundio de Azevedo, que chegou ao país em dezembro de 2007.
Em entrevista por e-mail à ANBA, Azevedo disse que já surgiram novas oportunidades de negócios para a instituição nas áreas de financiamento de comércio exterior, atração de investimentos em participações, em fundos e em projetos de infra-estrutura no Brasil. Segundo ele, a aceitação do Brasil como palco de negócios tem sido boa, especialmente após o país ter sido elevado a “grau de investimento” pela agência de rating Standard & Poor’s.
O Banco do Brasil, que tem o governo do país como principal acionista, teve no primeiro semestre deste ano o maior lucro entre os bancos brasileiros. O lucro líquido foi de R$ 2,3 bilhões, um aumento de 66,6% sobre o período de janeiro a março de 2007 e de 92,9% em comparação com os últimos três meses do ano passado. Leia a seguir a entrevista com Azevedo:
ANBA – Na conversa que tivemos em fevereiro o senhor disse que um dos objetivos do escritório em Dubai é prospectar novos negócios para o banco. Já surgiu alguma oportunidade promissora? qual?
Renato Gerundio de Azevedo – Sim, negócios envolvendo trade finance (financiamento ao comércio exterior), investimentos em equities (participações), fundos e em projetos de infra-estrutura, segmentos onde o Banco do Brasil apresenta liderança no Brasil.
Com relação ao trabalho de apoio a empresas brasileiras que atuam na região, o que foi feito até agora?
Foram realizados contatos com as empresas brasileiras no intuito de colaborar com suas atividades comerciais e investimentos necessários.
E a atração de investidores árabes para negócios no Brasil? há alguma possibilidade em vista? qual?
Algumas conversas interessantes têm sido realizadas.
Como o senhor avalia o interesse dos investidores locais pelo Brasil?
Existem investidores que já conhecem e investem no Brasil e há aqueles que ainda desconhecem as oportunidades existentes em nosso mercado. A aceitação, pelos investidores, do Banco do Brasil e do Brasil tem sido boa. A recente melhoria no risco país colabora para a prospecção de negócios.
Outros bancos brasileiros, como Itaú, Bradesco e o HSBC (que não é brasileiro, mas tem forte atuação no Brasil e nos Emirados), estão atuando em Dubai. O que o Banco do Brasil oferece para se diferenciar da concorrência?
Cada banco tem seu perfil e sua estratégia. O Banco do Brasil apresenta fortalezas como, por exemplo: ser o maior banco da América Latina; ser um banco cujo acionista majoritário é o Tesouro Nacional; ser o mais antigo Banco no Brasil, completando 200 anos; apresentar liderança na administração de recursos de terceiros, com a BBDTVM (administradora de ativos); possuir a maior base de clientes do Brasil (26 milhões); ter apresentado a melhor performance de valorização de suas ações em relação aos seus pares; e possuir boas oportunidades de investimentos em obras de infra-estrutura no Brasil.
Há alguma meta de desempenho estabelecida para o escritório?
Os bancos são focados em metas e resultados. No entanto, a missão do BB é: ser a solução em serviços e intermediação financeira, atender às expectativas de clientes e acionistas, fortalecer o compromisso entre os funcionários e a empresa e contribuir para o desenvolvimento do país (Brasil).