São Paulo – As exportações brasileiras para os países árabes cresceram 25% no acumulado do ano até setembro sobre o mesmo período do ano passado. De acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a receita das vendas para a região alcançou US$ 11 bilhões nos nove primeiros meses do ano, contra US$ 8,7 bilhões nos mesmos meses de 2010. Em setembro, individualmente, porém, houve queda de 4%.
De acordo com o CEO da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, o recuo em setembro era esperado. "Normalmente agosto é mais forte, em função das compras para o Ramadã, em setembro cai um pouco e depois, em outubro, novembro, volta a crescer um pouquinho", explica Alaby. O CEO afirma que até o final do ano é esperado um avanço das exportações em patamar similar ao atual.
O crescimento da receita das vendas foi de US$ 2,27 bilhões no acumulado do ano. Os principais compradores, como Arábia Saudita, Egito, Emirados, Argélia e Marrocos, aumentaram as suas importações. As dos sauditas saíram de US$ 2,2 bilhões para US$ 2,6 bilhões, as dos egípcios de US$ 1,3 bilhão para US$ 1,7 bilhão, as dos Emirados de US$ 1,2 bilhão para US$ 1,6 bilhão, as da Argélia de US$ 590 milhões para US$ 1,1 bilhão e as dos marroquinos de US$ 482 milhões para US$ 586 milhões.
Entre as mercadorias exportadas pelo Brasil à região, os produtos que normalmente estão no topo do ranking tiveram aumento de vendas. Isso inclui açúcar, carnes e minério de ferro. O trigo não aparecia entre os produtos exportados aos árabes de janeiro a setembro de 2010 e passou a integrar a lista no mesmo período deste ano. Houve crescimento significativo nas vendas de milho, de US$ 241 milhões para US$ 437 milhões.
No mês de setembro individualmente, porém, a situação foi diferente. As exportações do Brasil recuaram em 4%, de US$ 1,42 bilhão para US$ 1,36 bilhão. Neste caso, Egito reduziu as compras, Arábia Saudita e Argélia também. Os três estão entre os cinco maiores compradores de produtos brasileiros na região. Os outros dois da lista, Emirados e Marrocos, importaram mais. Em setembro houve queda nas exportações de itens como açúcar e milho.
Importações
Já as importações brasileiras do mundo árabe avançaram tanto no acumulado do ano como no mês de setembro individualmente. Entre janeiro e setembro, as compras cresceram 42% para US$ 7,3 bilhões. Os principais fornecedores foram Argélia, Arábia Saudita, Marrocos, Iraque e Emirados. Os produtos no topo do ranking foram petróleo, naftas para petroquímica, querosene de aviação, diidrogeno e propanos liquefeitos.
Em setembro as importações brasileiras do mundo árabe ficaram em US$ 907,8 milhões, com avanço de 39% sobre o mesmo período de 2010. Os principais fornecedores foram Argélia, Iraque, Marrocos, Emirados e Kuwait. No mês, houve aumento de envios de naftas para petroquímica e, principalmente, de diidrogeno e outros tipos de fertilizantes. "Por causa do plantio da safra de grãos", diz Alaby. Caíram as importações de petróleo bruto.