São Paulo – As exportações de produtos brasileiros aos países árabes cresceram 11,24% de janeiro a maio, comparado com os primeiros cinco meses de 2016. Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, as receitas com os embarques para a região totalizaram US$ 4,84 bilhões no período.
A Arábia Saudita foi o principal comprador da região, respondendo por US$ 1,19 bilhão do faturamento com as exportações, 15,5% a mais do que em janeiro a maio do ano passado. Na sequência aparecem Emirados Árabes Unidos, com US$ 850,4 milhões e crescimento de 11,2%, e Argélia, com US$ 524,23 milhões e alta de 26,9%.
As vendas externas ao Djibuti apresentaram o maior crescimento no período, saltando 370%. Catar, com 90,7% de aumento, Bahrein, com avanço de 76,7%, Omã, com alta de 64,5%, e Iraque, com receitas 62,9% superiores, foram outros destaques.
Rubens Hannun, presidente da Câmara Árabe, ressaltou também o bom desempenho do Marrocos: os embarques para o país africano cresceram 53,8%, somando US$ 247,8 milhões de janeiro a maio. “São as ações da Câmara Árabe dando fruto. Conseguimos abrir o mercado de carne no Marrocos e as exportações cresceram violentamente”, destacou.
Embora as tarifas de importação de carne cobradas no Marrocos sejam muito elevadas (200%), desde o ano passado, após negociações com participação da Câmara Árabe, o Brasil consegue participar de licitações para fornecer o produto para órgãos governamentais do país sem incidência da taxa. Com isso, as vendas de carne àquele mercado cresceram 25 vezes em volume de janeiro a maio.
Em contrapartida, o Egito, importante parceiro comercial brasileiro, reduziu suas compras em 46,4% no período. Segundo Hannun, trata-se de algo pontual: o país passa por dificuldades com relação ao câmbio. A libra egípcia sofreu forte desvalorização desde o final do ano passado, quando o Banco Central local adotou regime de câmbio flutuante. “Estamos buscando formas de colaboração com o governo brasileiro. É importante que o Egito continue sendo abastecido”, disse o presidente.
Os principais produtos exportados para os árabes foram açúcar, cuja receita somou US$ 1,55 bilhão, carnes, com US$ 1,48 bilhão, e minérios, com US$ 484,4 milhões. Hannun lembrou que, mesmo com os efeitos da Operação Carne Fraca, que provocou a interrupção na importação de carne brasileira por alguns dias para alguns países, incluindo árabes, os embarques do produto para a região caíram apenas 1,1% no período.
“A resposta rápida da Câmara Árabe em conjunto com o Ministério da Agricultura, que incluiu uma missão aos países da região, ajudou a minimizar o impacto”, destacou o presidente.
Entre os destaques de crescimento nas exportações, destacam-se material de defesa, com aumento de 726,23% nas vendas no período, minérios, com alta de 150%, animais vivos, com crescimento de 60,6%, obras de ferro, com avanço de 39,7%, e veículos, com vendas 38% superiores.
Balança
Assim como as exportações, as importações dos países árabes cresceram de janeiro a maio. As compras brasileiras foram 23,7% superiores, somando US$ 2,79 bilhões. A Argélia é o principal fornecedor do País, com US$ 1,084 bilhão, seguida por Arábia Saudita, com US$ 838 milhões, e Marrocos, com US$ 283,2 milhões. Combustíveis são o principal item da pauta, com US$ 1,77 bilhão em compras no período, seguidos por fertilizantes, com US$ 724,5 milhões, e plásticos, com US$ 55 milhões.
O saldo da balança comercial entre o Brasil e os países árabes ficou positivo em US$ 2,05 bilhões, uma queda de 2,2% com relação ao período de janeiro a maio de 2016. Já a corrente comercial, que chegou a US$ 7,63 bilhões, apresentou um crescimento de 15,5%, com as importações crescendo em ritmo superior às exportações.