Marina Sarruf
São Paulo – O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Marcus Vinícius Pratini de Moraes, aposta no aumento das vendas brasileiras externas de carne para mercados emergentes, principalmente para os países árabes, em 2006. "A demanda por matéria-prima e alimentos está crescendo nos países emergentes. Melhora a renda, aumenta o consumo", afirmou.
De acordo com Pratini, neste ano foi realizada uma venda para o Iraque, país que não estava incluído, nos últimos anos, na pauta das exportações brasileiras de carne bovina. "A exportação foi feita pela Jordânia", disse. Ele afirmou ainda que a tendência para 2006 é prosseguir as vendas externas para os países árabes.
Atualmente, o Egito é o segundo principal importador da carne bovina brasileira. O país árabe importou US$ 223,8 milhões nos primeiros onze meses desse ano, o que representou um aumento de 49,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram embarcadas 192,6 mil toneladas, 25,7% a mais que de janeiro a novembro de 2004. O país árabe só ficou atrás da Rússia, que importou 414,8 mil toneladas.
Além do Egito, a Argélia é outro país árabe que vem se destacando como um dos mercados emergentes das exportações de carne brasileira. De janeiro a novembro desse ano, foram embarcadas 61,4 mil toneladas do produto, o que representou um crescimento de 23% em relação ao mesmo período do ano passado. As exportações para a Argélia somaram US$ 75,3 milhões.
O Brasil exporta carne bovina para 174 países. Entre os árabes estão Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Jordânia, Líbano, além do Egito e Argélia.
Recorde de exportações
Até o final do mês de dezembro, Pratini prevê exportações de carne bovina no valor de US$ 3,1 bilhões, o que representa um aumento de 26% em relação ao ano passado. As vendas externas do produto já bateram um novo recorde, com US$ 3 bilhões, até o dia 18 de dezembro. Foram embarcadas 2,29 milhões de toneladas nos onze primeiros meses de 2005. Com esses resultados, o Brasil continua líder mundial em volume das exportações de carne bovina.
"Apesar da febre aftosa, o Brasil bateu novo recorde nas exportações", disse Pratini, se referindo à doença que atingiu o gado brasileiro no estado do Mato Grosso do Sul nesse ano e causou embargos do produto por cerca de 50 países.
Segundo Pratini, o grande problema das exportações do agronegócio brasileiro é a taxa cambial. "O agronegócio é um dos setores mais afetados pela taxa cambial desvalorizada", disse. "Nosso objetivo agora é aumentar as vendas de produtos com maior valor agregado", acrescentou.
As perspectivas para 2006 são que haja um aumento entre 15% a 20% no faturamento das exportações de carne bovina. Já os volumes embarcados, Pratini acredita que serão entre 5% e 10% maiores.
Mais emprego
Com o crescimento das exportações brasileiras de carne, que passaram de US$ 1 bilhão, em 2003, para mais de US$ 3 bilhões em 2005, os frigoríficos aumentaram o número de funcionários contratados. Em 2003, o setor empregava 31,5 mil pessoas e, em novembro desse ano, 80 mil pessoas.