Marina Sarruf
São Paulo – A Franchel, fabricante goiana de cosméticos, firmou uma joint-venture com uma empresa da Síria. A idéia é exportar a matéria-prima brasileira para ser utilizada na produção de produtos de beleza no país árabe. Esse foi um dos resultados da participação de nove companhias do Brasil na Feira Internacional de Damasco, que terminou ontem (12). O estande brasileiro foi organizado pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB).
O gerente de exportações da Franchel, Frankleen Rocha, foi para feira justamente com o objetivo de formar uma parceria na Síria. Segundo ele, essa é a maneira mais rápida de entrar no mercado local, que ainda não é aberto para a importação de produtos de beleza totalmente acabados.
Além da parceria, a empresa brasileira fechou negócios com empresários do Irã e da Venezuela. De acordo com Rocha, o diferencial dos produtos da Franchel é o extrato natural de algumas plantas como camomila, castanha-do-pará, cupuaçu, buriti e linhaça. A companhia exporta para seis países e cerca de 40% de sua produção é destinada ao mercado externo. Entre os 200 produtos fabricados pela companhia estão linhas de maquiagem, xampus, condicionadores, óleos e cremes para o corpo.
Segundo a gerente de marketing da CCAB, Andréia Monteiro, que participou do evento, os empresários fizeram contatos positivos e receberam cerca de 100 visitas cada. "Os empresários brasileiros saíram da feira com grandes perspectivas de negócios. Alguns devem nomear em breve um representante local", afirmou.
Parceria
Além dos negócios, a presença da delegação brasileira em Damasco rendeu uma série de contatos em outros setores. Hoje (13), por exemplo, o diretor da CCAB, Sami Roumieh, ainda vai assinar uma parceria com a Agência de Notícias da Síria (SANA), que vai permitir a troca de informações com a Agência de Notícias Brasil-Árabe (ANBA).
A SANA foi fundada em junho de 1965. Ela possui mais de 50 acordos de cooperação com agências de notícias árabes e estrangeiras e conta com 370 funcionários. Desse total, 200 são jornalistas, sendo 16 correspondentes internacionais. A agência produz matérias variadas, de economia, ciência, tecnologia e cultura.
Já a ANBA foi criada pela CCAB em setembro de 2003 com objetivo de aproximar e consolidar o relacionamento comercial e cultural entre o Brasil e o mundo árabe. O conteúdo publicado no site é reproduzido por agências de notícias do Brasil e do exterior. A agência já tem parcerias com a Emirates News Agency, dos Emirados Árabes Unidos; Algérie Presse Service, da Argélia; a Yemen News Agency, do Iêmen; a Kuwait News Agency, do Kuwait; a Agência Brasil, do Sistema Radiobrás; e com o a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
Audiências
Paralelamente à feira, Roumieh se encontrou no final de semana com mais dois ministros da Síria, o dos Transportes, Makram Obeid, e do Turismo, Saadalla Agha Al Kalaa. De acordo com o diretor da CCAB, Obeid se mostrou interessado em conhecer a infra-estrutura do transporte brasileiro. "Ele disse que tem interesse em importar tecnologia brasileira", afirmou Roumieh. Os dois conversaram sobre a modernização e construção de aeroportos, portos e do metrô no país árabe. "Falei sobre os aviões da Embraer e ele também ficou muito interessado em conhecer", acrescentou.
Já com o ministro do Turismo, foi discutida a importância de promover a Síria como um destino turístico para a comunidade árabe residente no Brasil. "Também falamos em atrair turistas sírios para o Brasil", disse Roumieh. Segundo ele, a conversa foi bem aberta e produtiva.
Na semana passada, Roumieh já havia se encontrado com o ministro da Economia, Amir Lutfi, e com o primeiro-ministro, Mohammed Naji Ottri.
