Da redação
São Paulo – O volume de recursos privados destinado a países em desenvolvimento na forma de investimento direto, empréstimos, aplicações em ações e compra de bônus atingiu número recorde no ano passado, US$ 647 bilhões, o que representou um aumento de 17% em relação a 2005. Os dados foram publicados hoje (29) pelo Global Development Finance 2007, relatório do Banco Mundial.
Apesar do fluxo de capitais ter aumentado, a cifra representa uma desaceleração em comparação ao ano anterior, quando o fluxo de capitais para os países em desenvolvimento havia crescido 34%, para US$ 551,6 bilhões. Segundo o Banco Mundial, houve uma forte mudança no perfil do endividamento externo dos países emergentes, que na maior parte do pós-guerra foi dominado por empréstimos controlados pelos governos.
No ano passado, o volume de recursos externos captados por empresas e estatais de países em desenvolvimento atingiu US$ 400 bilhões, o triplo do que elas conseguiram há três anos. As empresas ficaram com mais da metade do dinheiro obtido com bônus emitidos por países emergentes no mercado internacional em 2006.
Com reservas internacionais em alta e boas condições macroeconômicas, as empresas dos países em desenvolvimento estão aproveitando a disponibilidade crescente de capital externo para diversificar suas fontes de financiamento, quitar suas dívidas e aumentar a quantidade de negócios no mercado global.
Outro recorde apontado pelo relatório do Banco Mundial foi no Investimento Estrangeiro Direto (IED) para países em desenvolvimento, que atingiu US$ 325 bilhões no ano passado, um crescimento de 52% em relação ao ano anterior. Na América Latina e Caribe, houve uma pequena queda, de US$ 70 bilhões para US$ 69,4 bilhões. No entanto, o volume de investimentos no Brasil subiu em 24%, somando US$ 18,8 bilhões.