São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu em 0,2 ponto percentual sua previsão de crescimento do Oriente Médio e Norte da África este ano, de acordo com o relatório World Economic Outlook, divulgado na manhã desta terça-feira (09), em Tóquio, no Japão, noite de segunda-feira (08) no Brasil.
O Produto Interno Bruto (PIB) da região deve avançar 5,3% em 2012. A estimativa feita em julho pelo Fundo era de 5,5%. Para 2013, a projeção foi mantida em 3,6%. Se o número previsto para este ano se confirmar, no entanto, ela ainda será melhor do que os desempenhos de 2011 (3,3%) e de 2010 (5%).
O FMI destaca que a atividade nos países árabes importadores de petróleo será refreada pelas incertezas políticas e econômicas ainda decorrentes da Primavera Árabe e pelo comércio internacional em baixa. A expectativa é de que estas nações cresçam apenas 1,25% este ano, com uma retomada moderada em 2013.
Nos países árabes exportadores de petróleo a história é outra. Especialmente como consequência da retomada da produção da commodity na Líbia, o FMI espera, neste bloco, um avanço acima de 6,5% em 2012 e de 3,75% no próximo ano.
No último final de semana, a diretora gerente do Fundo, Christine Lagarde, teve uma reunião com os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), em Riad, na Arábia Saudita, e fez uma série de elogios à condução da economia no bloco formado por Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã, além dos sauditas. Ela destacou a capacidade de coordenação entre os governos locais no enfrentamento de desafios econômicos comuns.
“Enquanto as perspectivas permanecem desafiadoras para muitos países do mundo árabe, as economias do GCC gozam de forte crescimento”, afirmou Lagarde, segundo comunicado do FMI. A indústria do petróleo e gás é o principal pilar das economias do bloco.
O World Economic Outlook reduziu de 3,5% para 3,3% a estimativa de crescimento da economia mundial em 2012 e de 3,9% para 3,6% em 2013.
“O baixo crescimento e a incerteza nas economias desenvolvidas estão afetando os mercados emergentes tanto pela via do comércio quanto pela via financeira, o que se soma às fragilidades locais [das nações em desenvolvimento]”, disse o economista chefe do FMI, Olivier Blanchard, de acordo com nota da entidade.
Para o Brasil, a previsão de crescimento em 2012 é de 1,5%, contra 1,6% em julho, e de 4% em 2013, ante projeção de 4,7% em julho. O FMI destaca, porém, a expectativa de aceleração da economia brasileira a partir do segundo semestre deste ano, após o governo ter implementado medidas de curto prazo para estimular o consumo e da flexibilização da polícia monetária, com significativa redução da taxa básica de juros desde agosto de 2011.
A divulgação do relatório ocorreu ao início do encontro anual do FMI e do Banco Mundial, que vai até o dia 14 na capital japonesa.