São Paulo – O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun, disse que o Fórum Econômico Brasil & Países Árabes atingiu seu objetivo. “Atingiu o que queríamos em termos desta movimentação em relação à integração entre Brasil e países árabes”, afirmou ele à ANBA após o encerramento do evento nesta segunda-feira (02), no Hotel Unique, em São Paulo. “Agora é dar continuidade”, destacou.
O diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, e o secretário-geral da União das Câmaras Árabes, Khaled Hanafy, apresentaram uma série de conclusões a partir dos debates do fórum. “Criar áreas de livre comércio é algo importantes para sairmos do comércio simples para chegar a uma etapa de comércio em blocos”, afirmou Hanafy. O Mercosul, por exemplo, negocia acordos de livre comércio com pelo menos quatro países árabes, e tem dois assinados, um com a Palestina e outro com o Egito. O último é o único que já está em vigor.
Ele disse também que o Brasil e as nações árabes têm que diminuir sua dependência nas exportações de matérias-primas e passar a agregar maior valor aos produtos exportados, o Brasil tem que melhorar sua logística de transportes, e ambas as partes devem usar a tecnologia para fortalecer o comércio e citou como exemplo a adoção de certificados digitais de origem.
Hanafy acrescentou que o fórum teve peso especial com a presença do presidente Michel Temer, do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e de outras autoridades brasileiras. “Nos diálogos, eu senti a vontade mútua da cooperação, que ficou clara com a presença maciça”, declarou. O fórum atraiu cerca de 700 participantes. “A participação superou qualquer expectativa”, comentou Hannun.
Alaby ressaltou que a cooperação entre brasileiros e árabes ainda pode evoluir muito. “Com a realização de missões comerciais, feiras de negócios e eventos como este”, declarou. Ele disse também que o Brasil pode usar as nações árabes como plataformas de exportação para mercados da Ásia, Europa e África. “Os árabes são parceiros estratégicos da economia brasileira”, ressaltou.
Alaby disse que o setor privado não pode ficar esperando por ações estatais. “A Câmara Árabe toma a iniciativa e leva empresas brasileiras ao mundo árabe”, afirmou. Hanafy acrescentou que “a vontade deve ser transformada em ação”, e a Câmara Árabe terá um papel importante neste sentido.
Hannun concluiu dizendo que uma série de iniciativas surgiram a partir do fórum. “É um plano para cinco anos, como disse o embaixador Ibrahim Alzeben (decano do Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil), então temos que dar continuidade”, disse.