Marina Sarruf
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São Paulo – Representantes de dois grandes grupos dos Emirados Árabes Unidos, o Nakheel, de desenvolvimento de projetos imobiliários, e o Jumeirah, que tem uma rede de hotéis, demonstraram interesse em investir no setor de hotelaria no Brasil. Segundo o diretor de promoção de investimentos do Ministério do Turismo, Alfredo Moraes, que se reuniu com os executivos em Dubai, a expectativa é que eles venham ao Brasil no primeiro trimestre de 2008.
“Tivemos uma conversa muito boa com o grupo Nakheel. Eles ainda não têm projetos na América do Sul e demonstraram interesse em visitar as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro no próximo trimestre”, afirmou Moraes. De acordo com ele, o Brasil está no início de um processo para conquistar os árabes. “Nossa expectativa é de começar a receber investimentos nos próximos três anos”, disse.
O grupo Nakheel, que pertence à holding estatal Dubai World, é responsável por alguns dos principais projetos imobiliários dos Emirados. Entre eles estão as ilhas artificiais The Palm, que têm formato de palmeira, e The World, com a forma do mapa mundi. O grupo conta com 16 grandes projetos no país, avaliados em US$ 30 bilhões.
“Eles ficaram surpresos com a iniciativa do governo brasileiro e da Câmara de Comércio Árabe Brasileira em querer atrair investimentos para o setor de turismo”, afirmou Moraes.
Segundo ele, a outra empresa visitada, o Grupo Jumeirah, mostrou interesse em investir em hotéis de luxo no Brasil, que é o forte do grupo no Oriente Médio.
Nos Emirados, o grupo é responsável pelos hotéis mais luxuosos, como o Burj Al Arab, famoso pelo seu formato de vela; o Jumeirah Beach Hotel, considerado o melhor resort do mundo pela revista inglesa Business Traveller Magazine; o Jumeirah Emirates Towers; o Jumeirah Bab Al Shams Desert Resort & Spa, localizado no deserto; e o Madinat Jumeirah, onde uma diária pode custar US$ 10 mil.
O grupo também conta com o Jumeirah Carlton Tower e o Jumeirah Lowndes Hotel, em Londres, e o Jumeirah Essex House em Nova York. Além dos hotéis, a companhia tem ainda um parque aquático em Dubai, uma escola de curso superior em administração hoteleira e turismo e uma empresa de eventos.
Nos encontros, Moraes falou números do turismo brasileiro que impressionou os árabes, como o crescimento de desembarques domésticos, cuja previsão é de fechar o ano com 50 milhões de desembarques. Em 2003 foram 30 milhões e em 2006 foram 43 milhões. “Isso mostra que existe um mercado interno muito forte também”, disse.
Os encontros fazem parte da estratégia do governo brasileiro, em parceria com a Câmara Árabe, de buscar investimentos nos países do Golfo Arábico para o setor de turismo. Hoje, Moraes e o assessor especial da presidência da Câmara Árabe, Ely Dawly, partem para o Catar, onde vão se encontrar com o vice-presidente administrativo da entidade, Paulo Atallah, e com o chefe de gabinete da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Sidney Alves Costa.