Marina Sarruf
São Paulo – O governo paulista pretende aumentar no mínimo em 50% o número de empresas exportadoras no ano que vem. Nos últimos dois anos, 8,4 mil companhias do estado de São Paulo venderam para o mercado externo. Para fazer esse número crescer, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo desenvolveu três programas que vão ajudar as empresas a exportar em 2005, principalmente, as micro, pequenas e médias.
"O governo do estado elegeu as exportações como uma prioridade, porque é a ferramenta mais rápida e mais efetiva para a geração de trabalho e renda", afirmou Flávio Musa, assessor especial de Relações Internacionais e Comércio da secretaria. De acordo com ele, todos os projetos desenvolvidos pelo órgão abrem oportunidades para a ampliação da base exportadora do estado. "São projetos inovadores e práticos", disse.
O primeiro programa é o "Espaço São Paulo", que dá oportunidade às empresas que não têm condições financeiras de participar de feiras no exterior. O governo do estado, com parcerias privadas, vai patrocinar a ida de micro, pequenas e médias empresas a eventos internacionais. O projeto está previsto para começar no ano que vem, mas já foi feita uma experiência piloto em 2004. No total, 20 empresas paulistas participaram da Feira Internacional de MontPellier, na França.
"Tivemos resultados muito interessantes. Foram realizadas vendas de móveis, moda praia e duas empresas firmaram contrato com a Galeria Laffayette", afirmou Musa, referindo-se ao famoso endereço de compras da capital francesa.
Outro programa, que já está funcionando, é o "Catálogo do Exportador Paulista", um serviço gratuito para todas as empresas poderem catalogar e expor na internet os produtos que gostariam de exportar. O empresário interessado deve preencher um formulário simples, contendo informações básicas sobre a empresa e seu produto. O espaço ainda permite cadastrar três fotos.
"Esse catálogo é uma ferramenta para dar visibilidade a milhares de empresas que têm produtos para exportar", disse Musa. Ele acredita que, até o final do ano que vem, um número suficiente de empresas vão estar cadastradas para o governo transformar os catálogos em CDs, que serão distribuídos em câmaras de comércio, embaixadas e feiras. "Quanto mais cedo as empresas se cadastrarem mais cedo vamos distribuir os CDs", acrescentou.
O terceiro programa, o "Exporta São Paulo", é uma parceria da secretaria com a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo e a São Paulo Chamber of Commerce, órgão de promoção de exportações da Associação Comercial de São Paulo. Esse projeto consiste em convidar empresários para participar de seminários, que vão abordar temas sobre exportação, seguidos de encontros de negócios entre empresas e traders.
"Quando as empresas se registram para o seminário é feito um cruzamento dos dados dos produtos da companhia com dados de traders. Dessa maneira, as entrevistas já são previamente marcadas", explicou Musa. Ao todo devem ocorrer 15 eventos do gênero.
Exportações paulistas cresceram 36%
Além dos três programas desenvolvidos pela secretaria, o governo inaugurou a Central de Atendimento ao Exportador (CAE), em parceria com a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), que tem como objetivo auxiliar empresas a exportar, e o Centro de Logística da Exportação (Celex), que visa oferecer ao exportador todos os serviços públicos necessários à exportação reunidos num único ambiente. O Celex, porém, ainda não está totalmente operacional.
"Com essas ações já tivemos um aumento das empresas exportadoras e um crescimento nas exportações de São Paulo", disse Musa. O estado de São Paulo exportou o equivalente a US$ 28 bilhões no período de janeiro a novembro de 2004, o que representou um crescimento de 36% em relação ao mesmo período do ano passado.
As exportações de São Paulo representaram 32,1% do total das exportações brasileiras nos primeiros 11 meses desse ano, que somaram US$ 87,2 bilhões.