São Paulo – Os governos federal e do estado de São Paulo vão trabalhar juntos para reforçar as exportações paulistas. Oficialização da parceria foi feita nesta terça-feira (06), no Palácio dos Bandeirantes, na cidade de São Paulo, com o anúncio de que o estado fará parte do Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE) e de que a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe São Paulo) terão atuação comum para promoção de empresas paulistas no mercado externo.
O governo federal destinará R$ 13 milhões para fomento das exportações do estado por dois anos, por meio da parceria com a Investe São Paulo. A agência participará das ações da Apex-Brasil no exterior e fará outras atividades, como seminários para capacitação das empresas em comércio exterior. O lançamento também foi o marco do início da atuação da Investe São Paulo, que cuida da atração de investimentos ao estado, na promoção comercial internacional de empresas paulistas.
De acordo com o presidente da Investe São Paulo, Juan Quirós, o trabalho começará pela região metropolitana do estado, onde serão realizados seminários para dar auxílio “rápido” às exportadoras. Também serão definidas inicialmente 50 empresas a serem preparadas para fornecer a supermercados e cadeia de lojas de departamento internacionais, de acordo com Quirós. “O Brasil pode contar com a pujança e o dinamismo de São Paulo”, disse o presidente da Investe São Paulo.
O Plano Nacional da Cultura Exportadora, da qual o estado de São Paulo fará parte, foi lançado pelo governo federal em junho deste ano com uma série de medidas para fomento das exportações brasileiras, como ações de promoção comercial, medidas em prol de financiamento ao comércio exterior, aperfeiçoamento de regimes tributários para apoio às exportações e para acesso a mercados, entre outras. Desde o anúncio do PNCE, o governo federal vem buscando adesão dos estados.
Falando sobre o PNCE, o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho, afirmou que será formado um comitê local, em São Paulo, para definir ações que serão adotadas e monitorar as metas. Uma das medidas será a definição de setores a serem apoiados na exportação. Ele citou alguns possíveis, como de produtos médicos e farmacêuticos, materiais de construção, moda, máquinas e equipamentos. Cada empresa terá ajuda segundo suas necessidades para exportar, desde adequação de produtos até comercialização.
“São Paulo representa de forma direta uma parcela preponderante e expressiva do comércio exterior brasileiro”, disse o ministro do MDIC, Armando Monteiro, que participou do lançamento da parceria. O estado de São Paulo faturou US$ 33,6 bilhões com exportações de janeiro a setembro deste ano. O valor representou 23% do total da receita do Brasil com o comércio exterior no período, que foram US$ 144,4 bilhões. De acordo com Monteiro, neste ano, em função da queda no preço das commodities, o Brasil deixou de faturar US$ 30 bilhões com exportação. Mas o País, segundo ele, aumentou as suas exportações em volume.
O ministro falou que a exportação se mostra um canal importante para o Brasil neste momento de ajuste da economia. Ele disse que o câmbio não resolve tudo, mas que o “realinhamento cambial atual” oferece uma “janela de oportunidades”. Ele defendeu que o comércio exterior seja encarado como algo para investimento mais permanente pelo País.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que também participou da solenidade, defendeu as exportações e o investimento em infraestrutura e logística como meios de segurar o emprego no Brasil. “Vamos suar a camisa para rapidamente quem exporta poder exportar mais e quem não exporta poder exportar”, disse o governador. Por meio da parceria devem ser atendidas entre sete mil e oito mil empresas paulistas.