São Paulo – O Grupo Boticário deverá investir R$ 300 milhões na marca no próximo ano somente no Brasil, afirmou o presidente do grupo, Artur Grynbaum (foto acima), durante o evento Boticário Summit, que reuniu jornalistas e influenciadores nesta quinta-feira (06), em São Paulo. O valor é equivalente ao investido pelo grupo em 2018 entre fábricas, logística, sistemas móveis e outras áreas. “Nós acreditamos muito no nosso papel de promover esse Brasil que funciona, o Brasil que dá certo”, disse Grynbaum. O Grupo Boticário inclui as marcas O Boticário, Eudora, Quem disse, Berenice?, The Beauty Box, Multi B e Vult.
O presidente revelou também a estimativa para o desempenho da empresa até o final de 2018. “A aceleração no último trimestre cedeu, estimávamos um crescimento de 8%, mas devemos fechar o ano ao redor de 7%, que é um excelente número, considerando o cenário”, afirmou.
Gryunbaum disse estar otimista e comentou sobre a atual conjuntura. “As reformas precisam ser implementadas, previdenciária principalmente, tributária também é importante, e garantir que a reforma trabalhista seja mantida e possa ser ampliada, e que assim possam ser criadas condições para que o mercado possa voltar a absorver mão de obra, porque criar oportunidade de emprego para as pessoas é, para mim, a maneira de conseguir consertar [a economia]”, falou.
Presença internacional
O Grupo Boticário está presente em 15 países, com oito lojas da marca Quem Disse, Berenice? e 55 lojas d’O Boticário. A última loja O Boticário inaugurada internacionalmente foi a de Dubai, em setembro, com previsão de abertura de uma segunda loja para janeiro de 2019, no Dubai Mall, maior shopping do Oriente Médio e um dos maiores do mundo. “Hoje Dubai é uma referência em centro de consumo e tem sido muito gostoso ver a interação dos cidadãos de lá com a nossa marca, com os nossos produtos, experimentando, comprando e voltando a comprar”, contou Grynbaum.
Para ele, além de ser um centro de compras, o emirado árabe é um grande centro de influência na região do Golfo, e a partir dessas lojas, o presidente disse que poderá ser medido o interesse de outros países para a possível abertura de novas unidades internacionais. “Estamos interessados na Arábia Saudita, estamos conversando, esse seria o próximo passo [para a região]”, revelou. “Mas eu gostaria de rodar um pouco mais com as lojas de Dubai, ganhar um pouco mais de vivência, para depois planejar os próximos passos”, acrescentou. Num primeiro momento, o grupo não pretende abrir lojas de outras marcas no Oriente Médio.
Os itens mais vendidos na loja de Dubai são de perfumaria, principalmente o Floratta e a linha Nativa Spa, especialmente os produtos feitos com açaí. O lançamento mundial do perfume Malbec Signature ocorreu em setembro na loja dos Emirados; o perfume tem notas de Oud, madeira resinosa de origem asiática, da qual se extrai um óleo muito utilizado em perfumes pelos árabes.
“O interessante tem sido o comportamento dos consumidores [árabes], porque quando você vai pra um país novo, todo mundo pergunta de onde você é, e o Brasil não tem uma tradição de exportar produtos com valor agregado – é mais soja, frango – então quando você leva o valor agregado, tem que explicar mais; depois vem o esforço de uma marca que está entrando no país, e o terceiro passo é entregar o benefício que você prometeu com o produto, e isso pra nós é tranquilo, e uma vez que você completa esse último passo, você vê a recompra dos consumidores, que gostaram do produto”, analisou Grynbaum.