São Paulo – A empresa brasileira de tecnologia Kryptus, que tem sede no município paulista de Campinas, exportou em junho uma solução de segurança em comunicação para a Arábia Saudita. A indústria produz módulos de criptografia e os seus equipamentos são comprados por outras empresas de tecnologia que oferecem sistemas completos de comunicação para as empresas e instituições. Os módulos são integrados a esses sistemas.
A venda feita aos sauditas foi de um lote para teste. Segundo o diretor comercial da Kryptus, Luis Campos, ele foi comprado por uma companhia da Arábia Saudita e está neste momento sendo integrado ao sistema desenvolvido por ela. O cliente final é governamental, de acordo com Campos. Se o projeto piloto for aprovado pelo comprador, será feita a implantação do sistema como um todo, o que deve gerar nova exportação, maior, para a Kryptus.
De acordo com o diretor comercial, o primeiro contato com a empresa saudita ocorreu em uma feira no exterior. A Kryptus faz parte da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde) e chegou a participar de uma palestra sobre o mercado do Oriente Médio promovida pela entidade. Segundo Campos, o parceiro na Arábia Saudita manifestou que seu país busca provedores de tecnologia de fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em razão de vazamentos de informações sigilosas.
A Kryptus é credenciada como Empresa Estratégica de Defesa pelo Ministério da Defesa do Brasil, o que lhe dá direito a incentivos fiscais. A empresa foi criada há 11 anos por pesquisadores do Laboratório de Segurança do Instituto de Computação da Universidade de Campinas (Unicamp), que são os três sócios atuais da Kryptus. O objetivo inicial era atender o setor bancário, mas a empresa acabou abrindo mercado em outras áreas, como a governamental e de defesa, que respondem atualmente por 70% dos negócios.
Os produtos que a Kryptus oferece são módulos de segurança da comunicação. Na prática são equipamentos de criptografia que permitem um nível de segurança de comunicação maior do que com o uso apenas do software. O uso pode ser tanto para sigilo na troca de emails, comunicação entre dois computadores ou mesmo para garantir que a pessoa com que está ocorrendo a comunicação digital é ela mesma.
Neste ano a Kryptus começou a se estruturar para exportar. A companhia participa de algumas ações de promoção de exportação da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e está vendendo para a Venezuela e a Finlândia. Também está desenvolvendo parceria com integradores (empresas de tecnologia que oferecem sistemas completos) do Peru e da Colômbia e já chegou a vender para Uruguai, Argentina e Itália. A meta inicial é atender América do Sul e no médio e longo prazo a África e para o Oriente Médio.
A Kryptus tem ao redor de 50 funcionários, a maioria engenheiros. Neste ano, a empresa foi nomeada “Cool Vendor Brazil 2014” pela Gartner,Inc. Na listagem são colocadas companhias inovadoras às quais o mercado deve prestar atenção e a Kryptus entrou para o ranking em 2014 juntamente com outras quatro companhias brasileiras.
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