São Paulo – A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse nesta quinta-feira (10) que o apoio de doadores internacionais é mais importante do que nunca para ajudar a Jordânia a preservar sua estabilidade econômica e social. A executiva deu a declaração após reunião com o primeiro-ministro do país árabe, Omar Al-Razzaz, em Washington, segundo comunicado do FMI.
O Fundo recomenda que o governo continue promovendo o ajuste fiscal, mas ao mesmo tempo a Jordânia tem que lidar com um grande número de refugiados (foto) em seu território, principalmente da Síria. De acordo com dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), o país acolhe atualmente 671.148 refugiados. Estas pessoas têm que ter acesso a habitação, alimentos, remédios, roupas e serviços públicos básicos. A população local é de pouco maior de 9,7 milhões de habitantes, segundo informações do Banco Mundial.
Lagarde afirmou que a aprovação de uma nova lei sobre o Imposto de Renda foi “um passo bem-vindo na direção correta”, mas acrescentou sobre a conversa com o primeiro-ministro: “Nós concordamos que a Jordânia ainda enfrenta condições econômicas e sociais desafiadoras, refletidas no baixo crescimento econômico e no alto nível de desemprego – principalmente entre jovens e mulheres -, além da elevada dívida pública e da grande necessidade de financiamentos”.
Para ela, a manutenção do ajuste fiscal é essencial para garantir a estabilidade macroeconômica do país. “E isso precisa ser sustentado por uma adoção mais rápida de reformas para criação de empregos, promoção de investimentos e custos menores para fazer negócios”, destacou. “Nossas equipes mantêm consultas estreitas sobre a melhor maneira de fazer avançar políticas para desbloquear financiamentos em condições preferenciais e apoio orçamentário antes da Iniciativa de Londres 2019, no próximo mês”, concluiu ela, referindo-se a uma reunião de doadores internacionais que será realizada em fevereiro, na capital britânica. Uma missão do FMI vai visitar a Jordânia em breve.
Números
Segundo informações do site do jornal jordaniano Jordan Times, a reunião foi acompanhada pelo ministro das Finanças, Ezzedine Kanakrieh. Ele informou que o país tem conseguido reduzir o déficit público aos poucos. O saldo das contas do Estado estava negativo em 748 milhões de dinares (US$ 1,055 bilhão) em 2017, ou 2,6%, do Produto Interno Bruto (PIB), mas em 2018 caiu para 730 milhões de dinares (US$ 1,03 bilhão), ou 2,3% do PIB. A relação dívida/PIB recuou de 94,9% para 94% na mesma comparação.
O ministro acrescentou que o atual projeto de Orçamento do país prevê a redução do déficit para menos de 2% do PIB e a diminuição da dívida pública.
Em 2016, a Jordânia assinou um acordo com o FMI no valor de US$ 723 milhões e com duração de três anos, ou seja, até agosto de 2019. O objetivo é apoiar as reformas econômicas no país.