Marina Sarruf
São Paulo – Começou ontem (05) uma das maiores feiras de jóias do Oriente Médio, a Jewellery Arabia 2004, no Bahrein, que este ano conta com a presença de 10 empresas brasileiras, o maior número até hoje. No primeiro dia da 13ª edição do evento, três joalherias do estado de Minas Gerais já fecharam negócios: A Vancox, a Fiamma e a Manoel Nogueira.
A Vancox, por exemplo, que participa da Jewellery Arabia pela quarta vez, vendeu 16 peças em duas horas de feira. De acordo com o diretor da joalheria, Ricardo Bronfen, o valor das jóias expostas pela empresa varia entre US$ 400 a US$ 70 mil.
"Os árabes valorizam muito o nosso design. Eles gostam muito de peças com diamantes e pedras brasileiras", afirmou Bronfen, que espera bons negócios até o encerramento do evento no sábado (09).
Ele acrescentou que a companhia tem uma clientela fiel desde sua primeira participação. "Os árabes já têm uma relação familiar com a empresa", disse o diretor. Como exemplo, ele citou um empresário do setor petrolífero que comprou cinco peças no valor de US$ 26 mil.
"Um empresário do petróleo, aqui do Bahrein, nos conheceu em nossa primeira participação e tornou-se nosso cliente. Ele até adiou uma viagem que faria ao Egito, só para comprar aqui. O cliente é fiel", garantiu o diretor da Vancox.
Bronfen observou que a maioria dos visitantes são mulheres sauditas, que compram para consumo próprio. Porém há também homens que levam peças para presentear suas mulheres, filhas e amigos, como é o caso do empresário do petróleo. Ele contou também que os árabes fazem estoque de jóias, ou seja, compram várias para guardar e presentear no futuro.
Primeiro-ministro
Na abertura da feira, o primeiro ministro do Bahrein, Khalifa Bin Salman Al Khalifa, visitou o estande da Vancox que, com aproximadamente 80 metros quadrados, é o maior entre as empresas brasileiras. Khalifa permaneceu cerca de dez minutos no estande e apreciou as jóias e os masbahas (terços islâmicos que a empresa fabrica utilizando pedras brasileiras, como turmalinas).
A Vancox foi a única empresa brasileira a participar de uma conferência, na manhã de ontem, com outras 15 joalherias estrangeiras, como a inglesa Graff e a francesa Cartier. A Vancox apresentou uma modelo usando um colar em formato de cobra, no valor de US$ 12 mil. O objetivo da conferência era reunir empresas tradicionalmente presentes na feira para apresentar algumas de suas coleções.
Segundo Fadley Fattah, analista de comércio exterior da Câmara de Comércio Árabe Brasileira( CCAB), que está no Bahrein, o movimento no primeiro dia foi bom. Ele acrescentou que o evento é conhecido por promover vendas no varejo e no ato.
"O público alvo são as mulheres, que compram de duas a três peças com alto valor agregado", disse. Tanto isso é verdade que a Jewellery Arábia conta com uma manhã especial só para atender o público feminino, chamada de "Ladies Only". Este ano a manhã exclusiva das mulheres será realizada na quinta-feira (07) das 10hs às 13hs (horário local).
Perfil
O mercado joalheiro nos países árabes movimenta em torno de US$ 30 bilhões por ano. Na edição passada da Jewellery Arábia, mais de 25 mil pessoas passaram pela feira, um aumento de 15% em relação a 2002, sendo que 5,7 mil visitantes (23%) eram da Arábia Saudita, Kuwait, Catar, Omã e Emirados Árabes Unidos.
As empresas brasileiras que estão na feira são: Vancox, Forum Romano, Vianna, Denoir, Gemas Figueiredo, Manoel Nogueira, Manoel Bernardes, Fiamma, Séculus e Talento. No total, companhias de 24 países participam.