São Paulo – A marca Catarina Mina chega de um jeito diferente ao consumidor brasileiro e estrangeiro. Além levar roupas e acessórios até eles, entrega também história. Dessa maneira, criada em 2010 inicialmente para repensar os laços entre artesãs e consumidoras, a marca conquistou consumidores em 28 países, entre eles quatro árabes: Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Egito e Líbano.
“O conceito da peça é criado pela empresa e as artesãs desenvolvem o produto. Para gerar mais proximidade com as criadoras dos itens, tanto as nossas bolsas, que são o carro-chefe na empresa, quanto as roupas e acessórios, vão acompanhados de um QR Code. Através desse código, os compradores aprendem sobre as histórias, veem as fotos e a localidade das artesãs”, conta a fundadora e diretora criativa da marca, Celina Hissa.
Feitas totalmente de forma artesanal e utilizando materiais simples, como o crochê, palha de carnaúba e bilro, também conhecida como renda do Ceará, as bolsas estão entre os itens que mais encantam as árabes.
“Essas consumidoras gostam de peças sustentáveis, que contêm um design legal e que sejam leves e versáteis. Dão preferência para peças douradas e compram muitas bolsas que podem ser usadas tanto com alça quanto sem. A grande variedade de estilos e cores dos produtos da marca consegue atender compradoras de todas as idades, desde a mãe, filha e a avó”, diz Alessandra Marques, representante da empresa nos Estados Unidos.
Além da boa relação comercial percebida com as consumidoras, os lojistas árabes também se destacam, na opinião de Alessandra. “Eu tenho uma relação muito boa com eles. Eles são muito profissionais, respondem rápido e são muito transparentes na hora de dizer qual produto está vendendo bem ou não”, relata.
Com o objetivo de aumentar ainda mais esse relacionamento com outros lojistas árabes, Alessandra está estudando para quais novos países deve começar a vender os produtos da Catarina Mina.
Catarina Mina
O projeto de criação da empresa surgiu enquanto Celina atuava em outra área. “Antes da Catarina Mina, enquanto eu ainda trabalhava em uma agência de comunicação, tive a ideia de criar produtos e trabalhar com artesanato”, relata Celina.
A marca cresceu e atualmente conta com mais de 300 artesãs nordestinas, têm um ponto fixo de vendas no Shopping JK Iguatemi, localizado na região sul da cidade de São Paulo, e outro ponto no Ceará, onde é feita a distribuição das peças para outros estados do Brasil e países.
Além dos Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Egito e Líbano, os produtos são vendidos em 104 pontos fixos em países como Portugal, Grécia, Turquia, Ilhas Maldivas, Dinamarca, Chile, República Dominicana, Bahamas e Estados Unidos.
“A gente tinha a ideia de que os produtos tinham perfil internacional e em 2017 recebemos o primeiro convite para participar de uma feira de moda em Paris. Depois disso, fomos a eventos em Miami, Nova York e Milão. Foi nesses eventos que fizemos as primeiras negociações com compradores internacionais”, relembra Celina.
Parceria para exportar melhor
Com a chegada da pandemia e a necessidade de se aproximar mais do mercado norte-americano, um dos primeiros compradores das peças, Celina decidiu em 2020 fechar uma parceria com Alessandra Marques, uma brasileira que morava nos Estados Unidos e tinha experiência com exportação de peças brasileiras.
Muito importante para a empresa, hoje 20% do total do seu faturamento vem das exportações. Mas antes que as peças sejam vendidas para fora do País, alguns cuidados são tomados.
“Eu não compro e revendo os produtos, eu preparo eles para serem apresentados internacionalmente. Cuido da precificação, da divulgação da marca em eventos de lançamentos, entro em contato com lojistas de diferentes países, estudo quais lojas podem se interessar pelas peças, entre outras coisas”, diz Alessandra.
Ela ainda afirma que a marca ganhou espaço internacional graças ao aumento da popularização do crochê. “Os produtos da marca tiveram uma ótima aceitação desde o começo. Além de ser diferenciada, a marca se destaca porque conta a história de quem produz as peças de moda, isso gera proximidade com o consumidor”, completa.
Para atender os consumidores brasileiros, a Catarina Mina tem pronta entrega, já para o varejo, para atender lojistas do Brasil e mundo, a produção é feita sob demanda.
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Reportagem de Rebecca Vettore, em colaboração com a ANBA