São Paulo – As empresas árabes que participaram como expositoras da Feira da Associação Paulista de Supermercados (Apas) chegaram ao último dia da mostra animadas com a perspectiva de entrar no mercado brasileiro. A exibição começou na segunda-feira (02) e terminou nesta quinta-feira (05), em São Paulo. O pavilhão organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira teve companhias dos Emirados Árabes Unidos, Egito, Tunísia e Jordânia.
A Egy International Co., do Egito, deixou a mostra com negócios bem encaminhados, segundo o seu representante no Brasil, o analista de comércio exterior Ragy Emam. De acordo com ele, não foi feita grande quantidade de contatos, mas os contatos realizados foram bons. Dos produtos expostos pela empresa na mostra, os que mais interessaram aos brasileiros foram cebola, alho e batata, em primeiro lugar, azeitonas e azeites, em segundo, e produtos em conserva, em terceiro.
A Egy está disposta a investir no mercado brasileiro. Uma nova visita de representantes da companhia deve ser feita no segundo semestre e os contatos realizados na Apas serão acompanhados. Os planos da empresa são se registrar e registrar seus produtos no Brasil. Há até a avaliação da abertura de um escritório no País para assistência aos clientes. Os preços dos produtos egípcios são mais baixos que os do Brasil, segundo Emam, mas ainda será necessário avaliar o peso dos impostos.
A empresa produtora de azeite da Tunísia Al Jazira, também expositora na Apas, não chegou a fechar negócios, mas avaliou que a feira é um bom meio de divulgação para seus produtos. “Cada vez mais estamos entendendo o mercado brasileiro”, disse o gerente regional de exportação da companhia, Hassen Dimassi, à ANBA. Ele entende, no entanto, que há todo um trabalho a ser feito junto ao consumidor para que ele saiba que o azeite tunisiano pode concorrer com o português e o espanhol.
Dimassi conta que as pessoas que estiveram no estande e provaram o azeite da marca, gostaram. A Al Jazira produz um azeite que tem sabor mais forte, da região Norte do país, e outro mais suave, na área central tunisiana. O dólar valorizado atualmente no Brasil, no entanto, tem dificultado a entrada no mercado local, segundo o gerente.
Outra empresa da Tunísia expositora, a Boudjebel, de tâmaras, também percebeu a aprovação dos seus produtos por quem passou pelo estande da marca. O gerente de Marketing Naim Boujbel afirma que, com a participação na feira, foi possível fazer prospecção e ter uma ideia melhor do mercado brasileiro, de como são os clientes, de como as tâmaras são consumidas.
A Boudjebel tem um distribuidor de seus produtos no Brasil e faz exportações diretas também quando o pedido é grande, mas está em busca de mais compradores. A companhia exporta para 33 países e é a maior da Tunísia em exportação de tâmaras, segundo Boujbel. São vendidas no exterior mais de 12 mil toneladas de tâmaras pela empresa ao ano.
Encerrando as atividades do estande de Dubai na Apas, a gerente de desenvolvimento de exportações da Dubai Exports, Larissa Dores, afirma que gostou da procura pelos produtos expostos. O órgão promove as exportações de Dubai. Chamaram a atenção principalmente a pasta e a calda de tâmaras da marca Al Barakah Dates Factory LLC.
Dores afirma que foram feitos quatro contatos promissores com pessoas interessadas em importar os produtos da Al Barakah Dates. Mas ela afirma que muito mais pessoas, pelo menos 50, pararam para conhecer o estande do emirado. A gerente acredita que a feira da Apas é um bom canal para oferecer os produtos de Dubai e, inclusive, cogita a participação com espaço maior e mais quantidade de itens numa próxima edição.
Árabes importadores
E o mundo árabe não se fez presente na mostra da Apas apenas como vendedor. Quatro importadores da região participaram de rodadas de negócios com indústrias brasileiras, promovidas pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Os compradores eram do Catar, Tunísia, Emirados e Líbano.
De acordo com a gerente de operações da Apex em Dubai, Karen Fernandes Jones, que acompanhou o grupo, parte das empresas árabes que participou da Apas já importa do Brasil. Elas procuravam uma gama variada de alimentos, segundo Jones. A gerente acredita que devem sair negócios a partir dos contatos feitos na feira.