São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou na noite de segunda-feira (28) a aprovação de um novo acordo de 24 meses com o Marrocos, sob a forma de linha de liquidez e precaução (PLL, na sigla em inglês), no valor de US$ 5 bilhões. Nesse tipo de convênio, o país tem o dinheiro à disposição caso necessite, mas não é obrigado a sacá-lo.
Um acordo semelhante já havia sido feito pelo Marrocos e o Fundo em agosto de 2012, no valor de US$ 6,21 bilhões. Pelo novo convênio, o Marrocos terá US$ 4,5 bilhões no primeiro ano de vigência, valor que subirá cumulativamente até US$ 5 bilhões no segundo ano.
De acordo comunicado do FMI, as autoridades marroquinas informaram que de fato vão tratar o arranjo como sendo de precaução, como ocorreu com o acerto anterior, e não pretendem usar os recursos, a não ser que o país tenha dificuldade em cobrir suas contas frente a uma deterioração do cenário externo.
O acordo serve como um “seguro” contra choques externos. Isso, na avaliação do Fundo, permitirá que o governo continue a implantar um programa de reformas que tem o objetivo de promover um crescimento econômico “maior e mais inclusivo”.
O vice-diretor-gerente e presidente em exercício da diretoria do FMI, Noayuki Shinohara, comentou, segundo nota da instituição, que a economia internacional segue sujeita a riscos significativos.
“Um crescimento mais lento do que o esperado na Europa, o aumento da volatilidade do mercado financeiro, ou um pico no preço do petróleo, decorrente de tensões geopolíticas, podem afetar a economia marroquina de maneira significativa”, declarou o executivo.
O diretor elogiou “o progresso feito na reforma do sistema de subsídios” do Marrocos. Uma das principais críticas de entidades financeiras internacionais à política econômica de países árabes é a prática de subsidiar produtos e serviços para o consumidor, especialmente energia e combustíveis. A avaliação é que isso onera demais os cofres públicos e não provoca efeitos sensíveis em termos de desenvolvimento social e crescimento econômico.
“Avançar nas reformas estruturais para melhorar o ambiente de negócios, o sistema Judiciário, o acesso ao crédito e o mercado de trabalho é crucial para conseguir maiores níveis de crescimento e de geração de empregos”, acrescentou Shinohara.