Isaura Daniel
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São Paulo – As empresas do estado de Minas Gerais querem exportar seus produtos para o Oriente Médio. E acreditam que a melhor porta de entrada para a região são os Emirados Árabes Unidos. O Oriente Médio foi definido como mercado alvo para as exportações mineiras no programa Central Exportaminas. O projeto tem como objetivo promover ajudar os empresários locais para exportar e é levado adiante pelo governo do estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi) e Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).
Os esforços do programa serão voltados para o Oriente Médio durante este e o próximo ano. "O Oriente Médio é um mercado em crescimento", afirma o diretor da Central Exportaminas, Jorge Duarte de Oliveira. Ele diz que um dos atrativos para exportar para a região é o fato dela não ter barreiras como as do mercado europeu, por exemplo. "O mercado do Oriente Médio é bem mais comprador", diz Oliveira.
O estado de Minas Gerais já vem aumentando as suas vendas para o mundo árabe, que tem grande parte dos seus países na região. Os mineiros venderam para as nações da Liga Árabe US$ 591,8 milhões no ano passado, com aumento de 18,4% sobre o ano anterior.
A Central Exportaminas também definiu um setor prioritário para as exportações: o de alimentos. Mas os mineiros querem vender também outros tipos de produtos para o Oriente Médio. Entre eles estão materiais de construção, pedras ornamentais, jóias e confecções. No ano passado, no topo da lista de produtos exportados por Minas aos árabes estiveram vergalhões de ferro, açúcar, minérios, café, carnes, semimanufaturados de ferro e leite em pó.
O estado é um grande produtor de alimentos. "Minas Gerais tem bastante potencial no setor de alimentos, mas o número de exportadores ainda é baixo. Queremos aumentar o número de empresas exportadoras e produtos exportados", afirma Oliveira. Minas é o maior produtor de café do Brasil.
A Central Exportaminas tem justamente a função de ajudar as empresas a começar a exportar e as que já exportam a aumentar suas vendas externas. O espaço dispõe de oito consultores da área. Há um atendimento via telefone para informações e uma página na internet. As demandas recebidas pelo call center são repassadas para os consultores, que depois prestam assessoria para os empresários. A assistência vai desde questões logísticas até aduaneiras. Oliveira explica que a idéia é que Central Exportaminas seja a primeira porta onde os empresários batam quando querem exportar.
Além do governo do estado e demais parceiros já envolvidos no projeto, agora também a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) vão fazer parte da Central Exportaminas.
Para atingir o mercado do Oriente Médio, o diretor do programa e a diretora-adjunta, Juliane White, vão participar de uma missão organizada pela Fiemg aos Emirados Árabes Unidos e ao Egito entre os dias 29 de março e 09 de abril.
O governador do estado, Aécio Neves, vai participar da missão, que terá cerca de 80 pessoas, a maioria empresários. A delegação será multissetorial. De acordo com Oliveira, durante a missão será alinhavado, a partir do contato com lideranças locais, o programa de ações para a promoção dos produtos mineiros no Oriente Médio.
Além da viagem da delegação, no começo deste mês, uma missão do Irã, que apesar de não ser país árabe, fica no Oriente Médio, esteve no estado em busca de negócios. O grupo tinha 25 empresários iranianos. Apesar de todos os países da região serem o foco dos mineiros, eles pretendem abrir portas pelos Emirados, que é um centro de distribuição comercial da região.