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São Paulo – Apesar da significativa participação do mercado árabe nas exportações da indústria brasileira Minerva, a empresa vê mais oportunidades na região. Um mapa apresentado nesta terça-feira (28) pela companhia em encontro com investidores, na capital paulista, listou vários países do Oriente Médio e Norte da África entre os que a Minerva percebe possibilidades para a carne bovina.
Uma apresentação feita pelo CCO da Minerva, Iain Anderson Mars, apontou Líbano, Argélia, Egito, Jordânia, Catar, Arábia Saudita, Kuwait, Omã, Líbia e Emirados Árabes Unidos como países onde há oportunidades. O executivo colocou na lista outros vários mercados de outras regiões do mundo, como Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Suíça e África do Sul.
Kuwait e Omã foram descritos como países onde há alto consumo e alto crescimento na demanda por carne. O Líbano está no grupo de nações nas quais há elevado consumo e crescimento baixo. Na Argélia, Egito, Jordânia, Catar e Arábia Saudita há compras baixas, mas aumento no consumo. Na Líbia e Emirados há baixa demanda e pouco crescimento.
A Minerva já tem forte presença no mercado árabe. “O Oriente Médio tem importância grande para a Minerva”, disse o CEO da empresa, Fernando Galletti de Queiroz, respondendo a uma pergunta da ANBA.
Balanço apresentado pela companhia no começo deste mês mostra que o Oriente Médio foi o principal destino de vendas da Minerva nos doze meses encerrados em setembro, com participação de 24% na receita de exportação. Nos doze meses anteriores, essa fatia era de 20%. A Ásia, que era o primeiro destino, passou a segundo.
A Minerva tem escritórios na Argélia, Egito e Líbano, no mundo árabe, e abriu um recentemente na Arábia Saudita. De acordo com Mars, do Líbano são comercializados os produtos da Minerva no Golfo e na Jordânia. O executivo destacou a estratégia de abertura de escritórios da Minerva e falou que eles são necessários para entender os mercados. “Vamos ao mercado ver o que acontece”, disse o executivo.
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Mars mostrou o mapa das oportunidades para carne e dos escritórios da Minerva depois de traçar um rápido panorama sobre a demanda e a oferta global da carne bovina. O quadro apresentado pelo executivo é de diminuição de rebanho bovino em importantes mercados, como Rússia e China, frente a uma expansão na oferta na América do Sul.
O Brasil ocupa atualmente o posto de segundo maior exportador de carne bovina do mundo, atrás da Índia, mas o executivo da Minerva acredita que ele passará a ser o primeiro no ano que vem. Austrália é atualmente o terceiro exportador e deve passar o título para Estados Unidos em 2018.
Já a demanda de carne é bem concentrada na Ásia. No ano passado, a região respondeu por 43,6% da importação de carne bovina no mundo e deve passar a 45,9% até o final deste ano. Mars acredita que o percentual chegará a 50% em menos de quatro anos. Os principais consumidores na Ásia são Vietnã, China, Japão, Coreia do Sul e Hong Kong.
Queiroz afirmou que a Minerva responde por 7% a 8% do comércio mundial de carne. O CEO falou aos investidores presentes no evento sobre a estratégia da empresa, segundo ele baseada em três pilares: aumento da distribuição, aumento da capilaridade na exportação e diversificação geográfica da produção na América do Sul.
“Temos uma condição única no mercado de carnes”, disse Queiroz, complementando que frente a países que se fecham, por exemplo, a empresa tem como rapidamente substituí-los por outros mercados. A Minerva vende para mais de 100 países e tem 26 unidades de abate de bovinos localizadas no Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai e Colômbia. Desde 2015, o fundo saudita Salic é acionista da empresa.