São Paulo – A moda praia brasileira vai buscar mais mercado no exterior a partir de um novo conceito, o "Fashion Beyond Summer". O lançamento da estratégia foi feito há cerca de duas semanas, em Miami, nos Estados Unidos, e o objetivo é fazer com que os biquínis, sungas, maiôs e afins que o País produz não sejam associados apenas ao lifestyle brasileiro, como a alegria, as belas praias e paisagens, mas também à qualidade da produção.
“O acabamento das peças, a tecnologia empregada, o corte inovador, a estamparia, os materiais sofisticados usados, a qualidade da paleta de cores”, afirma a gestora de projetos da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Isabel Fontoura, sobre os atributos da moda praia que a iniciativa pretende divulgar.
A Apex está por trás do "Fashion Beyond Summer" juntamente com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e a Associação Brasileira de Estilistas (Abest). A agência lançou e divulgou, durante a Copa do Mundo 2014, que ocorreu entre junho e julho no País, o conceito "Brasil Beyond" voltado para a produção brasileira como um todo. A ação em Miami, com foco específico em moda praia, foi a primeira feita no exterior depois da Copa. No decorrer deste ano, serão feitos dez eventos no mercado internacional voltados para outros segmentos brasileiros.
Miami não foi escolhida por acaso para o lançamento do "Fashion Beyond Summer". Os Estados Unidos são atualmente os maiores importadores de moda praia brasileira, segundo Fontoura. O evento no qual o conceito foi apresentado foi feito no hotel Soho Beach House e reuniu formadores de opinião, jornalistas, compradores, empresas locais e brasileiras. Ele mostrou a moda brasileira em meio a outros tipos de artes, como a música e a gastronomia, com coquetel e show da banda brasileira Saulo Duarte e a Unidade, entre outras apresentações.
Como parte da iniciativa, empresas brasileiras participaram de duas feiras logo na sequência em Miami, a Cabana e a Miami Swim Week. A primeira é uma mostra seletiva, que reúne no máximo 80 marcas do mundo todo. Também foram apoiados os desfiles de três empresas brasileiras no Mercedes-Benz Fashion Week Swim Miami. No terraço do Soho Beach House ficou montada por quatro dias uma loja temporária para que os participantes do lançamento pudessem ver de perto do se trata a moda praia brasileira.
A divulgação do conceito "Fashion Beyond Summer" terá continuidade, segundo Fontoura. A Apex está começando a formatar algo, com a Abit e a Abest, para a Semana de Moda de Paris, que ocorre no segundo semestre. Neste caso, porém, a concepção será mais ampla, já que não envolverá apenas produtos para praia, mas moda em geral.
Por trás de todas as ações está a intenção de exportar mais. A gestora de projetos da Apex afirma que a moda brasileira já conseguiu um status no mercado internacional – e as marcas voltadas para praia foram protagonista nisto -, mas que há possibilidade de fortalecimento. “Posicionamento é chave”, afirma Fontoura. No ano passado, o Brasil exportou US$ 10 milhões em moda praia e os maiores mercados foram Estados Unidos, França e Portugal.
Os países árabes não estão entre os principais destinos do segmento, mas, segundo a gestora de projetos da Apex, têm muito potencial. Ela cita alguns produtos específicos que podem encontrar mercado na região, como os kaftans e cover ups (túnicas de tecido leve e compridas) que podem ser usados sobre o biquíni. Fontoura lembra que os importadores árabes costumam estar na Semana de Moda de Paris, que recebe compradores do mundo todo, e da qual o Brasil vai participar.
Os dois principais destinos das exportações brasileiras para o mundo árabe, segundo a Apex-Brasil, são Emirados Árabes e Líbano. No ano passado o País exportou US$ 216 mil para os Emirados e US$ 58 mil para o Líbano. Grifes como Blue Man, Desiree Nercessian, Despi, Feriado Nacional, Vix, Lenny, Salinas e Clube Bossa exportam para a região.