São Paulo – A plataforma de streaming Netflix lançou na quinta-feira (12) a sua segunda série original árabe, “AlRawabi School for Girls”, um drama juvenil que em tradução livre quer dizer “Escola Al Rawabi para Garotas” e que tem na equipe e no elenco feminino apenas mulheres árabes. A séria foi escrita e dirigida pela jordaniana Tima Shomali, com colaboração da roteirista Shirin Kamal, também da Jordânia. A produção já está disponível no Brasil em português.
A diretora Tima Shomali é conhecida por narrar a perspectiva das mulheres árabes contemporâneas, usando humor para abordar os seus problemas. Em entrevista ao site do jornal saudita Arab News, ela falou sobre a série. “As pessoas dessa idade têm tantas histórias, e seus segredos, suas inseguranças, seus relacionamentos, seus amores, que quase sempre são um mistério. Eu queria dar uma pequena mostra de questões sociais como cyberbullying, a distância entre as famílias e suas filhas, e as lacunas do debate social (nesse tema) de forma mais ampla”, disse.
A série da Netflix conta a história de um grupo de meninas que se sentem intimidadas e sofrem bullying. Elas decidem engendrar uma trama de vingança. Ao Arab News, Shomali destacou que a série traz uma perspectiva de narração feminina. “Normalmente, as personagens femininas são retratadas da perspectiva masculina”, disse ela, lembrando que cada área envolvida na série, desde cinematografia até figurino, trouxe seu toque feminino para contar a história.
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O jovem elenco é encabeçado por Andria Tayeh, Noor Taher, Joanna Arida e Yara Mustafa. Rakeen Saad, amigo de Shomali, atua como Noaf. A ideia é que a série traga ao público internacional um retrato honesto da adolescência e a juventude árabe. “Meu propósito é ajudar as meninas a se levantarem e a falarem, porque (nós) somos ensinadas a ficarmos quietas”, disse Shomali, que participa de iniciativas internacionais em prol das mulheres.
A série estreou em 32 idiomas. Na entrevista ao Arab News, a diretora citou o Brasil. “Minha esperança é que essa série saia de um público local para um público internacional porque realmente a luta das meninas dessas idades, não importa onde estejamos, é a mesma. Espero que alguém da Arábia Saudita ou da Jordânia se identifique com uma personagem, e outro alguém do Brasil ou dos Estados Unidos se identifique com outro personagem”, disse.