São Paulo – A gestão 2017/2018 da Câmara de Comércio Árabe Brasileira teve sua primeira reunião de diretoria nesta segunda-feira (06), com a condução do novo presidente Rubens Hannun. O encontro teve discussão de uma agenda intensa da entidade para os próximos três meses e de estratégias para ajudar a impulsionar os negócios de associados e para reforçar o papel da Câmara Árabe na promoção do comércio do Brasil com os países árabes.
Entre os assuntos abordados, o novo presidente convidou os diretores a perceberem o lado social do comércio do Brasil com as nações árabes. Ele apontou a responsabilidade social que há no fornecimento de alimentos brasileiros ao mundo árabe, já que a região não tem condições de produzi-los em larga escala em função das condições climáticas. “O Brasil deve dar preferência à venda de alimentos ao mundo árabe porque é uma necessidade deles”.
De acordo com Hannun, também há responsabilidade social, por exemplo, na cooperação desenvolvida na área médica, quando instituições e profissionais da saúde brasileiros levam sua tecnologia e conhecimento a países árabes. Ele cita ainda o compromisso social que há no trabalho de cuidar da imagem do Brasil no mundo árabe e vice-versa. “Como nós podemos cumprir nossa responsabilidade social no Brasil com a comunidade árabe que já está aqui e com a que está chegando?”, também questionou Hannun.
O novo presidente chamou os diretores a pensarem o comércio do Brasil com o mundo árabe e a atuação da Câmara Árabe diante do imponderável no longo prazo. Ele lembra que o mundo está vivendo acontecimentos que eram considerados impensáveis há pouco tempo e por isso a entidade deve estar preparada para um futuro também imprevisível.
O encontro deu espaço para uma série de sugestões por parte dos diretores de iniciativas e focos a serem seguidos pela Câmara Árabe. A agenda prevista para o período entre fevereiro e abril esteve no centro da pauta de discussões.
Agenda intensa
Um dos grandes eventos previstos para fevereiro, no Brasil, é o Café da Manhã com Associados da Câmara Árabe, no dia 15, no qual falarão o ex-economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, o diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, e o próprio Hannun.
No exterior, a Câmara Árabe participará da feira Gulfood, em Dubai, de 26 de fevereiro a 02 de março, com uma agenda paralela importante, como um encontro com empresários brasileiros sobre o mercado árabe de alimentos, mesa redonda para jornalistas, reuniões com autoridades dos Emirados Árabes, entre outras iniciativas.
Ainda em fevereiro devem ocorrer missões técnicas aos países árabes, como à Arábia Saudita, aos Emirados e ao Egito, e uma série de atividades junto à diplomacia árabe no Brasil, como o encontro com o Conselho de Embaixadores Árabes, boas-vindas a novos embaixadores, acompanhamento de visitas de diplomatas a estados e comemoração de datas dos países.
Em março, a Câmara Árabe recebe um ministro dos Emirados Árabes Unidos no Brasil, realiza atividades culturais em função do Dia Nacional da Comunidade Árabe e terá palestras sobre o mercado árabe em cidades brasileiras.
Os diretores também discutiram a agenda de abril e parte da de maio, que tem missões de diplomatas árabes pelo Brasil, vinda de delegações árabes ao Brasil, reunião de entidades representativas do mundo árabe, palestras e painéis voltados para associados e público em geral, missão comercial ao Norte da África, participação em feiras no Brasil, entre outros.
Planos
A agenda das relações do Brasil com os países árabes será intensa e a nova gestão se mostra disposta a fazer o melhor. “O Marketing vai fazer todos os esforços possíveis para dar apoio a esses projetos, para alavancar e divulgar a marca Câmara Árabe, para fixar a raiz dessa marca no Brasil e no Oriente Médio, para deixar claro o que a Câmara Árabe faz”, afirmou à ANBA o vice-presidente de Marketing da entidade, Riad Younes, lembrando que no ano passado foi feito planejamento estratégico da área para 2016 e 2017, com a participação de Hannun, então vice-presidente de Comércio Exterior.
O tesoureiro Nahid Chicani, que também integra a nova gestão, afirma que tem expectativa de que as iniciativas abram mais perspectivas para a Câmara Árabe. O vice-presidente Administrativo, Adel Auada, afirma que um dos desafios será encontrar o caminho do equilíbrio entre receitas e despesas em um ano que deve ser difícil para o Brasil. “É um projeto de dia a dia, não tem projeto de um ano, todo dia é um trabalho”, afirma.
O vice-presidente de Comércio Exterior, Ruy Carlos Cury, vê o mercado árabe como uma saída para a indústria brasileira. “O consumo interno caiu, a nossa indústria está com utilização da capacidade abaixo da média. Acredito na importância dos investimentos brasileiros no mundo árabe visando exportações. O empresário precisa entender que promover o comércio exterior não é despesa, é investimento. Vamos conseguir que o mundo árabe receba uma parte mais expressiva das nossas exportações”, afirmou Cury.
Osmar Chohfi segue na vice-presidência de Relações Internacionais da entidade com expectativas positivas a respeito da nova gestão da qual faz parte e das relações entre o Brasil e países árabes. “É muito importante que a Câmara Árabe esteja preparada para participar do endosso que o governo pretende dar à promoção do comércio exterior e das exportações”, afirmou, reforçando a importância da busca de parcerias com outras câmaras e de investimentos no comércio do Brasil com os países árabes.