São Paulo – Os ritmos árabes, como maksum, said, masmoudi, muhajjar e zarafat, fazem parte dos estudos constantes de Messer di Carlo. O músico tem sete anos de estudo de instrumentos e ritmos árabes, e há quatro é professor. São esses mesmos ritmos que ele vai levar nesta sexta-feira (20) a um workshop no Instituto de Cultura Árabe Brasileira (Icab), em Brasília.
Para ele, entender o pulsar dos ritmos árabes é um dos primeiros passos para aprender. Grande parte das alunas do músico são dançarinas de dança do ventre. O primeiro interesse delas é acessar o ritmo da própria dança. “Depois, muitas delas passam para aulas dos instrumentos”, contou ele à ANBA. Na foto acima, Messer com algumas de suas alunas.
Brasileiro, Messer não tem ascendência árabe, mas foi do pai que herdou o gosto por essa história. “Tenho contato com a cultura desde criança. Meu pai era bem esotérico, por assim dizer. E isso abraçou tudo [que ele estudou mais tarde]”, disse o instrumentista.
Autodidata, ele possui como referência os músicos árabes Faisal Zeidan, da Síria, Souhail Kaspar, do Líbano, e Kayed Selawy, do Egito, além do turco Hakan Kaya. “Por ver alguns mestres como Faisal, comecei a aprender por conta própria. Quando vi estava já tocando e dando aula de ritmos. Eu acho que eu tinha 21 quando comecei na percussão árabe”, explicou o músico que, antes disso, aos 13 anos, começou a tocar bateria.
Nos estudos e prática, Messer trabalha com uma técnica em particular. “Tenho uma característica, comparando os músicos. A minha forma de tocar é a forma tradicional. Não tem fusões de técnicas. Minha característica básica como professor é, também, o ensino da técnica árabe tradicional”, conta ele, citando a egípcia e a turca como outras formas possíveis dessa musicalidade.
Percussão sem instrumentos
É a primeira vez que o Icab recebe a oficina, que terá certificado e é feita para um público de todos os níveis. A ideia da oficina é levar ensinamentos musicais na prática, através de técnicas como o solfejo, técnica árabe de canto.
Quem quiser poderá levar instrumentos percussivos, como derbak, doholla, daff, bendir, bongo, snujs, cajón, pandeiro, entre outros. Mas não é um pré-requisito levar material. O workshop do Icab, assim como algumas aulas de Messer, dispensam, ao menos num primeiro momento, instrumentos.
O professor explica que o primeiro passo está na voz. “É para conhecimento de ritmos. Vamos fazer parte da técnica do solfejo. Assim, vamos cantar os ritmos. E só pegamos os instrumentos depois que aprendemos a cantar. Essa técnica vem lá do Oriente mesmo. Cantar e depois partir para tocar”, explicou.
Outras possibilidades para aprender os ritmos estão no próprio corpo. “Bater palma na pulsação do ritmo, isso vai trabalhar musicalidade de todo mundo. Quem tem instrumento e quem não tem. Tem muita gente interessada e não entende a parte do ritmo. Isso vai possibilitar que as pessoas vivam a música árabe na prática. De dois até 17 tempos”, conta.
Messer dá também aulas particulares e se apresenta em eventos na capital brasileira. “Toco samba e outros instrumentos de percussão. Tenho um projeto chamado João e Gil, no qual toco músicas de João Bosco e Gilberto Gil. A técnica que eu utilizo é a oriental. Utilizo a técnica árabe em qualquer outro instrumento e em qualquer estilo musical, como samba e MPB”, detalhou.
Confira no vídeo abaixo o músico e suas alunas tocando o instrumento árabe Derbak.
Serviço
Workshop ritmos árabes no Icab
Icab -Instituto de Cultura Árabe Brasileira
SCRN 706/707 Ed.Fearab, Bloco D, sala 101. Asa Norte. Brasília-DF
20 de setembro de 2019, 18h-20h
Inscrições aqui