São Paulo – Nos primórdios da história dos calçados, na região dos Balcãs, os artesãos uniam o couro à sola do sapato com uma costura que chamavam de Opanaki, conta Leandro Moscardini, gerente de Negócios Internacionais da Opananken, para explicar a origem do nome da empresa que produz cerca de 400 modelos masculinos e femininos que, agora, chegam às lojas do Kuwait, Egito e Emirados Árabes Unidos. “Esses são mercados recém abertos, mas nossos produtos já são encontrados na Arábia Saudita, Omã, Jordânia, Líbia e Sudão”, diz.
Segundo Moscardini, os calçados exportados são 100% em couro, “e dentro da nossa construção de conforto e antiestresse”. Os produtos da marca são reconhecidos pela forma como são montados e são recomendados para pacientes diabéticos, cuja sensibilidade nos pés é reduzida por conta da doença. “Além de sapatos, botas, tênis e sandálias, temos a sandália árabe, que é um produto específico para esse mercado”, explica. O modelo foi desenvolvido pela Opananken em parceria com um cliente. “Eles nos enviaram uma referência e nós desenvolvemos e desenhamos os modelos dentro da nossa tecnologia e expertise.”
A marca, que foi fundada em outubro de 1990, está presente em mais de 40 países, com uma demanda de 50% da sua produção voltada para exportação. Moscardini diz que cada um desses países tem suas peculiaridades na hora de comprar. “O que a gente envia para o mercado árabe não é o mesmo que exportamos, por exemplo, para a Costa Rica, Estados Unidos ou Japão. Alguns países só compram calçados femininos, outros, só masculinos, e há os que compram ambos.” Entre os modelos exportados, 70% são masculinos e 30% femininos.
Para 2025, quando completará 35 anos, a marca pretende crescer ainda mais sua participação no mercado externo. “Estamos investindo em feiras internacionais, clientes novos, e em produtos que atendam essas demandas.” Em território nacional, os planos são para abertura de mais lojas exclusivas. “Já estamos com a segunda unidade aberta no País.” O portfólio da marca oferece, só na linha feminina, mais de 250 modelos, e na masculina, aproximadamente 150.
Lojas no exterior
Moscardini diz que também há planos de abrir lojas no exterior em parceria com alguns clientes, cujos nomes ele não revela. “Mas tudo isso ainda precisa ser muito bem elaborado e planejado diante dessa pequena crise internacional que todos os países estão enfrentando com a pós-pandemia, como inflação alta.” Segundo ele, as pessoas estão comprando menos e o mercado está mais recolhido, no Brasil e no mundo. “Houve uma mudança nos hábitos de consumo depois da pandemia: as pessoas têm gasto mais tempo e dinheiro com passeios e alimentação e menos com vestuário. A indústria e o comércio estão sensíveis a essas alterações e isso nos faz refletir sobre o futuro: quais são as perspectivas? No que investir, qual linha lançar, que tipo de material usar no lançamento?”, diz ele em busca das respostas.